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Quem ganha com a desinformação?


Por: José Antônio Costa
Data: 04/02/2022
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Diariamente, surgem as notícias falsas, as famosas fake news. O universo digital nos deixou a um clique de distância da informação. No celular, o whatsApp alerta para mensagens recebidas no grupo da família, amigos e de grupos de diversos temas. Em meio a todo esse conteúdo, às vezes é difícil saber o que é verdadeiro ou não. Do outro lado da tela, existem pessoas criando conteúdos falsos para gerar a desinformação, construir a ignorância e lucrar com tudo isso.

Infelizmente o brasileiro lê cada vez menos e repassa notícias com uma velocidade meteórica. É um caso típico de aplicação da teoria da “cognição preguiçosa”, criada pelo psicólogo e prêmio Nobel, Daniel Kahneman, para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional. Em resumo, é a preguiça de pensar.

O famoso jornalista americano Mike Royko disse certa vez: “Sempre enxerguei a Internet, não como uma ‘estrada da informação’, mas como um asilo eletrônico cheio de idiotas e gente falando bobagem”. Royko, que morreu em 1997, disse isso nos primórdios da Internet e não chegou a viver para conhecer as redes sociais.

O mundo está diante de um fenômeno que começou a mudar comportamentos e valores em relação a conceitos tradicionais de verdade, mentira, honestidade e desonestidade, credibilidade e dúvida.

Interessante é que a desinformação não é falta de informação. Infelizmente ela chega as pessoas “disfarçada” de notícia e causa muitos estragos.

Os fabricantes de mentiras, de desinformação tem como objetivo incitar a divisão entre as pessoas, propagar teorias da conspiração, promover o negacionismo da ciência, o que por fim irá mexer com os sentimentos, gerando inquietação nas pessoas e despertando o medo, raiva, indignação, ódio, destruindo a confiança e dificultando o convívio social e principalmente o diálogo.

Pense como era a vida antes das eleições de 2018. O país ficou divido e está caminhando para o pleito eleitoral – 2022, ainda muito fragmentado.

Nestes fragmentos, as pessoas se juntaram em bolhas, as vezes grupos políticos que se identificam e por mais que a informação seja falsa, a pessoa compartilha, pois, está do lado moralmente certo, ético e político, mesmo que aquilo que esteja enviando aos outros seja mentira.

Percebo que as pessoas tem confundido os sentimentos e raciocinam superficialmente: “bom não sei se é verdade, mas como eu não gosto daquela pessoa, vou compartilhar”.

Está provado que as notícias falsas causam grandes estragos. Basta observar como as fake news sobre a vacina contra a Covid-19 influenciou na decisão de muita gente em não se vacinar. Quando as notícias mais recentes apontam que quase 90% dos internados com Covid não têm esquema vacinal completo. Portanto, “as mentiras” em formato de “notícia” podem levar a morte.

Diante disso, a desinformação tem objetivos claros: interesse econômico, eliminando concorrentes ou até mesmo vendendo produtos a exemplo da área da saúde/ medicina. Outro ponto a se destacar é que muitos influenciadores digitais ou mesmo proprietários de canais sensacionalistas no YouTube aumentam os seus cliques, ganham mais engajamento e seguidores não se importando com a verdade.

Chegou o momento de combater a desinformação. Ela é prejudicial ao futuro! 

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”.

Mateus 5:37

José Antônio Costa


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