A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


Por que disparou o preço do arroz e de outros alimentos nos supermercados?


Por: Dr. Juarez de Oliveira
Data: 15/09/2020
  • Compartilhar:

P/dr. Juarez de Oliveira

 

 

Quem diria! Até há pouco tempo, o arroz era um dos alimentos mais barato e doado em campanha de alimentos.  Às vezes, pediam até para substituí-lo por outros alimentos, como açúcar, farinha, macarrão, etc. Pois é, as coisas mudaram! Não precisa ser um economista para observar o que vem acontecendo na economia mundial com a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, não somente na questão dos alimentos.   A região sul é a que mais produz arroz no Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul, o maior produtor, seguido de Mato Grosso e Santa Catarina.  No mercado interno, antes o arroz custava R$ 15 o pacote de 5 quilos. Hoje, em muitos lugares, o preço oscila de R$ 25 a R$ 45, chegando a mais de 100% de aumento, em comparação com os preços anteriores. Com isto, este aumento vem pesando e muito na cesta básica dos brasileiros. Os consumidores estão assustados com o aumento de preço do produto, alimento que não pode faltar a mesa do rico e do pobre. Mas quais as razões que o preço do arroz disparou?

Principais causas do aumento do preço do arroz e de outros alimentos

1) O arroz, alimento rico em vitaminas do complexo B, hidratos de carbono (dependendo do tipo), sais minerais como o magnésio e cálcio, além da presença de fibras que ajudam no funcionamento intestinal e no controle do colesterol e diabetes, teve o seu consumo aumentado, nacionalmente e internacionalmente, assim como outros alimentos, durante a pandemia do novo coronavírus, porque as famílias ficaram mais em casa, o chamado isolamento social.  A produção de arroz no Brasil vem caindo pelo baixo preço do produto na lavoura e em alguns lugares, pela falta de chuva e entressafra, mas aumentou em 260% a exportação do produto este ano, para   diversos países;

2) A China, com uma população quase sete   vezes maior que a do Brasil, apesar de ser o maior produtor mundial de arroz, aumentou a importação do nosso produto para estocagem, cujo o preço da exportação é pago em dólar. Com isto, reduziu ainda mais a quantidade de arroz no mercado nacional;

3) Além da China, outros países como o Peru, Venezuela, Cuba, Serra Leoa, Costa Rica, Arábia Saudita, Estados Unidos, Senegal, Paquistão, Guianas e outros países importam o arroz brasileiro. Venezuela, Peru, e Cuba, Senegal e Costa Rica são os nossos grandes compradores do produto;

4) Com o auxílio emergencial de R$ 600, em três parcelas, um substancial aumento de renda por causa da pandemia, cerca de 60 milhões de brasileiros pobres foram beneficiados com este auxílio e uma grande maioria desempregada, o que estimulou   a compra de alimentos para o lar, principalmente do arroz, aumentando o consumo; 

5) Finalmente o dólar, moeda forte e oficial em compras e vendas de produtos no exterior, vem oscilando, mais em alta, chegando este ano, a quase R$ 6, também contribui muito para o aumento de preço do produto pois incentiva os produtores a exportarem mais, aumentando inclusive sua área de produção.  Com isto, os produtores de arroz, tristes pelas mortes pelo novo coronavírus, mais no fundo, no fundo, os rizicultores (produtores de arroz) estão com um sorriso aberto, contentes, pelo aumento de consumo do produto e pela super valorização no mercado. O tipo de arroz exportado varia conforme o país solicita. Lembrando que o aumento do dólar também se faz presentes nos insumos como matéria prima, maquinários, adubos, etc.;

Com o preço do arroz em alta, com tendências de faltar no mercado, sem muitas perspectivas de baixar o preço por causa do dólar valorizado, o governo vai ter que importar o produto, coisa que nunca havia acontecido anteriormente, em se tratando de arroz.   Até para os supermercados baixarem os preços dos produtos da cesta básica, apelando para o patriotismo, já foi solicitado pelo presidente Bolsonaro. Na realidade, os supermercados não são os vilões do aumento de preço do arroz e de outros alimentos porque eles estão na ponta da cadeia.  É a lei da oferta e procura.  Na esteira da alta do arroz, vem o óleo de soja que já esta custando quase R$ 6 (antes, de R$ 2,89 a R$ 3,85). E ainda diversos outros alimentos tiveram os seus preços aumentados nas gôndolas e açougues como carne de frango, tomate, leite longa vida, carne de porco, verduras. Feijão preto, batata inglesa, cebola, limão, etc. 

Portanto, a oferta, consumo, clima, dólar, entressafra, são os responsáveis diretos   pelos preços no atacado e posteriormente, repassados aos consumidores, de alguma maneira. E pelo jeito, é o que vai continuar acontecendo com o arroz e outros alimentos. Uma coisa é fato: nossa mesa de alimentos está bem mais cara!

Dr. Juarez de Oliveira


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.