Por Amanda Zambrano Corrêa*

A velhice é uma fase da vida inevitável. É caracterizada pela fragilidade física e psíquica. No entanto não existe um padrão, nem todos os idosos que chegam a essa fase apresentam as mesmas características. Isso se deve ao fato de que a velhice é influenciada por diversos fatores, podendo ser biológicos ou psíquicos, internos e externos.

Baseando-se no livro “Fragilidade e qualidade de vida na velhice” de Anita Neri (2013) pode-se compreender que na medida em que o ser humano envelhece os mecanismos fisiológicos ficam comprometidos, havendo declínio físico e cognitivo, perdas dos movimentos corporais e de energia, desregulação hormonal e diminuição da imunidade, dentre outros aspectos.

Em relação a saúde mental dos idosos, algumas patologias são comuns e relevantes. A depressão pode estar presente na vida dos idosos, considerando que estes são sujeitos mais frágeis e alguns se sentem inválidos e solitários afetando diretamente o psíquico e o social. São diversos os fatores que podem favorecer o aparecimento da doença, como: a presença de múltiplas doenças crônicas, uso de diversas medicações, mudanças no papel social, perda de familiares e amigos, alguns são encaminhados para asilos, modificação da estrutura familiar, redução da renda e falta do suporte social. A falta de cuidados com a saúde durante a vida adulta também pode trazer efeitos maléficos para a velhice, sendo assim, vivenciá-la com qualidade pode depender da prática de atividades físicas, do autocuidado e do zelo com a saúde mental e física durante a fase adulta.

É importante ressaltar também que alguns idosos se sentem inválidos, devido a sua fragilidade, como consequência, não conseguem mais produzir como antes, afetando a sua relação com o mundo e consigo mesmo. Dessa forma, é essencial que a família ou amigos ofereça suporte e esteja por perto para apoiar e incentivar em atividades que seja acessível ao idoso. 

Logo, existem alguns fatores que podem auxiliar na recuperação da depressão, como suporte social adequado, ausência de eventos de vida estressantes, combinação de antidepressivos com psicoterapia e a prática de exercícios físicos reintegrando á ambientes sociais. A terapia ocupacional é uma forte aliada na depressão, considerando que é através dela que o idoso pode trabalhar questões cognitivas e psicomotoras, sendo efetiva em diferentes tipos de distúrbios, sem contar que são atividades lúdicas supervisionadas por um profissional capacitado. Além disso, a presença da família ou até mesmo um animalzinho de estimação pode ser um estímulo para ajudar nesse processo. 

De acordo com o Ministério da Saúde a taxa de suicídio é maior em idosos com mais de 70 anos e que as tentativas de suicídio vêm se agravando sendo ainda mais na terceira idade. Dados apontam que os idosos chegam a tentar suicídio até sete vezes mais do que o adulto jovem. Geralmente quando tem esse acontecimento trágico, ele é velado por parte da família ou pessoas próximas, justamente pelo fato que falar sobre morte e suicídio ainda é considerado um tabu na sociedade. 

Após a vida adulta os indivíduos se deparam com uma fase nova e cheia de obstáculos físicos e cognitivos. Compreender os aspectos da velhice é importante para que o olhar dirigido aos idosos seja um olhar atento, compreensivo e respeitoso, levando em consideração as inúmeras experiências que já foram vivenciadas pelos mesmos.