Começo esta nova exposição de ideias, formulando a seguinte questão: O que é educar? A pergunta em si pode ser muito ampla e talvez a resposta ou uma possível resposta, mais abrangente ainda. Para nossa reflexão, quero colocar a noção de que o ato de educar, não se limita a simplesmente passar conteúdos ou permanecer no interior de uma herança que deva ser meramente reproduzida e passada de gerações mais antigas para mais novas! Deve-se levar em conta a mudança contínua! A impermanência! Afinal, o que denominamos enquanto transformações em nossa existência são constantes e cada vez mais intensas. Nesta condição, o ato de educar precisa tornar possível a gestação do novo e uma inevitável ruptura com muitas coisas do passado. Acontecimentos como o da pandemia que estamos experimentando, promovem tais rupturas, pois o ato de educar antes da pandemia não poderá ser o mesmo, no pós-pandemia e precisaremos lidar com as consequências que trará e inclusive já traz, para vários campos sociais e especialmente para o da educação. Deste modo, o ato de educar não pode ser compreendido a parte de um contexto histórico e social na sua concretude. Aqui localiza-se o ponto de partida e o de chegada do ato de educar: a educação, as relações sociais e os momentos históricos de uma sociedade. Assim sendo, o educar passa pela formação de indivíduos que possam exercer suas cidadanias. Para que, sejam autônomos e críticos de seu momento social e histórico. A ação de educar não pode ser apenas interpretada ou praticada na condição de transmissão de saberes e valores. O ato de educar necessita abrir espaço para a realização da reflexão crítica do educando a respeito do mundo onde se encontra inserido. A analisar e se postar no interior de sua estrutura social e meio cultural. Para finalizar, o ato de educar não é um processo neutro, comprometendo-se com a formação de indivíduos que ajam de tal modo que façam a diferença de modo positivo para si mesmos e para o seu meio social.