"Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim”, disse o Senhor Jesus aos seus discípulos (João 14.1). Com essas palavras, Jesus não estava sendo insensível aos sofrimentos dos seus filhos naquele momento e jogando sobre eles uma carga de cobrança injusta. Ele não estava dizendo aos seus discípulos que jamais poderiam ou deveriam se entristecer. Ele não desprezou a dura realidade que estavam vivenciando ou demonstrou desprezo aos sentimentos turbulentos dos seus servos. Não, não era isso.

Na verdade, o próprio Jesus Cristo passou por momentos angustiantes. Certa feita, clamou a Deus: “Agora minha alma está angustiada” e em outro lugar está registrado que “Jesus se angustiou em espírito” (João 12.27; 13.21). As emoções do nosso Senhor, o Servo Sofredor, estavam profundamente agitadas pelas angústias que estavam prestes a esmaga-lo quando ele morreu por seu povo para expiar os pecados deles.

Pensemos nos discípulos novamente. Aqueles homens tinham deixado tudo para trás para seguir a Jesus e, naqueles dias, viram Jesus clamando em aflição, ouviram-no dizer que haveria traição entre os seus e ainda ouviram que era necessário ir à Jerusalém para padecer nas mãos dos principais líderes religiosos dos judeus. Eles estavam entendendo que Jesus os estava deixando de modo dramático e sabiam que estavam cercados de ameaças e perigos. Eles simplesmente estavam desmoronando naquele momento.

Jesus não ignora que nossas vidas são açoitadas por tempestades angustiantes e nem zomba da nossa dor. A dura realidade é que o coração fica angustiado, como disse J.C. Ryle, “às vezes por motivos externos ou íntimos; em parte devido à nossa mente ou ao nosso corpo; talvez por causa de amor ou ainda de temor, a jornada da vida está repleta de problemas. O melhor dos seguidores de Cristo pode ter muitos cálices amargos para beber, durante sua peregrinação da graça à glória. Mesmo o mais santo dos crentes perceberá que o mundo é um vale de lágrimas” (Meditações no Evangelho de João, p. 183).

Então, como entender as palavras de Jesus “não se perturbe o coração de vocês...”? Em João 14, Jesus ordenou aos discípulos que não permitissem que sua aflição, ou seu medo, os controlassem. Em outras palavras, Jesus diz aos seus discípulos: “o medo é compreensível nessa situação, mas não permitam que seus corações sejam controlados pelas circunstâncias”.

Nesta passagem, Jesus receitando o precioso remédio para essa velha doença que é o coração aflito. Esse remédio é a fé. Mas, cuidado, discípulo. Os servos de Cristo não devem colocar fé em si mesmos. Isso não resolve. Ponha sua fé em Alguém que realmente esteja no controle soberano das circunstâncias: “Creiam em Deus; creiam também em mim”, disse o Senhor Jesus. A fé no Senhor Jesus é o único remédio para os corações turbados.

Precisamos entender algo a respeito da natureza da fé. A fé é ativa. Você deve constantemente, dia após dia, colocar sua fé em Deus e em Cristo. Aqueles discípulos deixaram tudo para trás para seguir a Cristo e isso é fé. Começaram bem! Mas naquele momento difícil, eles não estavam exercitando sua fé. Estavam se entregando ao medo. Como Pedro, que em outra situação, começou a olhar somente para a tempestade e já não conseguia mais andar por sobre as águas e começou a afundar. Ele foi salvo por Jesus e ouviu a doce repreensão: “Homem de pequena fé, por que duvidou? (Mateus 14.31). É isso que nos acontece muitas vezes. Começamos bem, mas depois começamos a olhar somente para as circunstâncias e tiramos nossos olhos de Cristo e começamos a afundar.

Você, cristão, enfrentará circunstâncias assustadoras, experimentará emoções humanas normais como medo e angústia. No entanto, veja bem: Não reaja como se você precisasse ser controlado e dominado pelo medo, ou pela ansiedade.  Uma resposta corajosa não será fácil. Pode nem mesmo ser natural, mas é possível, no poder do Espírito Santo que habita em seu coração e lhe capacita a avançar. Levante-se agora e na dependência de Jesus Cristo, do Seu imenso poder, comece a responder corretamente a essas provações desafiadoras. Há esperança. Não desista nunca. Não tire os olhos de Cristo. Continue crendo nEle. Guarde seu coração. Faça guerra com toda incredulidade e ansiedade que tentarem dominar sua vida. Aja pela fé e volte-se à Palavra de Deus. “Confie no SENHOR de todo o coração e não se apóie na sua própria inteligência. Lembre de Deus em tudo o que fizer, e ele lhe mostrará o caminho certo” Provérbios 3.5,6.

Pr Azael Araújo