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Mortal Kombat


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 20/05/2021
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Após uma longa espera, os fãs de Mortal Kombat poderão contemplar a estreia de seu mais novo filme na tela grande. O filme que deveria ter sido lançado em abril chegou ontem ao cinema. Com um misto de fan service e história de origem, ele, infelizmente, acaba entregando muito menos do que foi vendido em sua campanha de marketing. Sobre o novo Mortal Kombat a Coluna Sétima Arte deixa você muito bem informado.

O ano era 1995, uma multidão de adolescentes, que gastavam todas as suas novíssimas moedas de 1 real nas máquinas de fliperama das galerias de games, estavam desesperados para ir ao cinema ver um filme baseado num jogo. Um jogo de luta, até então inovador, divertido e cheio personagens bizarros com uma trama bem intrincada. O jogo da NetherRealm era uma sensação naquela época. Não havia quem não fizesse calo nas mãos tentando aplicar golpes complicados como um “fatality” ou um “flawlees victory”, que em sua execução sempre traziam algo inusitado. Essa interação com o jogador, somada a uma mitologia incrível e personagens cativantes criaram essa grande expectativa por um filme que, na época, não tinha nem grande orçamento, nem grande diretor e só um ator de renome, o senhor Cristopher Lambert. Assim foi Mortal Kombat, um filme B, adorado pelo público, que virou clássico e que ainda hoje é assistido por muita gente.

Agora, vinte e seis anos depois, a Warner e a New Line Cinema resolveram abraçar duas tendências do cinema atual: a adaptação de games (no caso readaptação) e a modalidade de franquia. Tudo bem que o antigo Mortal Kombat de 1995 também teve uma continuação, o simplório Mortal Kombat: Annihilation, mas não passou disso. A ideia por trás do título que acaba de estrear era atualizar a trama para fãs novos e velhos, trazendo um filme de origem e abrindo espaço para novas sequências capazes de explorar o vasto universo de seus jogos. Até aí, tudo bem e todo mundo animado, inclusive o pobre mortal que vos fala.

A campanha de marketing vendeu um sonho para os fãs, com ótimos duelos entre dois dos mais queridos personagens, Sub-Zero e Scorpion, e elevou o hype (gíria para algo que é tendência e que está na boca de todos) em torno da produção. O filme começa muito bem, com um prólogo incrível na Era do Japão Feudal e com cenas de luta muito interessantes, mas depois disso o longa se perde num trabalho técnico tosco, numa trama medíocre e em atores (ocidentais) insossos.

O grande culpado de tudo isso é o diretor estreante Simon McQuoid, que desperdiçou uma excelente oportunidade. No afã de dar origem a uma franquia ele comete algumas atrocidades. Dentre elas, talvez, a mais detestável, seja o fato de o filme que tem o título de Mortal Kombat, não ter Mortal Kombat, já que o torneio tão aguardado não acontece e fica para uma possível sequência (isso não é spoiler, é utilidade pública – risos).

Além disso, o que todo mundo quer num filme de luta é luta, mas nosso amigo, que contratou um time incrível e experiente de atores orientais versados em artes marciais, picotou quase todas as sequências de luta e aquel as a que ele não fez isso durante a edição, tornou-as lentas e desinteressantes, como se fosse um ensaio do que deveria ser a cena final, lamentável! Mas nem tudo são defeitos. Alguma coisa ele fez de bom, dentre elas o figurino, os efeitos especiais e os cenáriosprincipalmente os que ambientam as lutas — são incríveis e bastante fiéis ao jogo. Além disso, ele tentou atender a demanda por fan service entregando personagens e golpes que apenas os fãs são capazes de reconhecer. Pena que alguns personagens icônicos da Exoterra, tais como Goro, Mileena, Kabal, Reiko e Nitara, apareçam tão pouco. Já os defensores da Terra no combate mortal deixam muito a desejar, Liu Kang, o qual deveria ser o escolhido, é um arremedo do herói que deveria ser. Kung Lao até convence, mas o que sobra em talento na luta, falta em carisma. Sonya Blade, tão amada por muitos, demora bastante para aparecer e mais ainda para ser escolhida. Já o protagonista da história e personagem original criado exclusivamente para o filme (com tantos personagens incríveis no jogo, alguém achou que precisava fazer um novo? Fala sério!), Cole Young, está sobrando na história. Digo isso porque seria no mínimo ilógico acreditar que um lutador fracassado de MMA teria cacife para ser um dos escolhidos para defender a terra num torneio mortal. Por outro lado, Kano é de longe o melhor personagem e acerta em cheio tanto pelo alivio cômico, quanto pela atuação.

Vamos falar sobre o elenco que dá vida a esses personagens. Para isso, vou me ater apenas aos atores que fazem a diferença positiva na trama, começando por Josh Lawson. É ele quem interpreta o Kano que acabei de comentar acima, ele é aquele tipo de ator que nasceu para o papel e que faz toda a diferença ao longo do filme. Nessa mesma linha estão alguns dos atores orientais, que fazem bonito em seus papéis. São eles Hiroyuki Sanada e Joe Taslim, Scorpion e Sub-Zero respectivamente. Eles protagonizam as lutas que realmente valem a pena no filme e merecem todo o destaque. Os demais, dá para dispensar por completo. Vamos à trama!

Em Mortal Kombat, Shang Tsung, imperador da Exoterra, envia seu melhor guerreiro, Sub-Zero, para assassinar o jovem Cole Young. Temendo pela segurança da família, Cole vai em busca de Sonya Blade seguindo a indicação de Jax, um major das Forças Especiais, que tem a mesma estranha marca de dragão com a qual Cole nasceu. Logo, ele se vê no templo do Lorde Raiden, um Deus Ancião e guardião do Plano Terreno, que abriga todos que possuem a marca. No templo, ele treina com os experientes guerreiros Liu Kang, Kung Lao e Kano, enquanto se prepara para lutar contra os inimigos da Exoterra em uma batalha pelo universo. Será que Cole irá longe o suficiente para desbloquear sua arcana — o imenso poder da sua alma a tempo de salvar não apenas a família, mas interromper os planos de Shang Tsung de uma vez por todas?

Por que ver esse filme? Porque mesmo que o filme não seja um primor e fique muito longe do que foi seu antecessor de 1995, ainda é um filme feito para fãs e todo fã deveria vê-lo, nem que seja para lamentar o que poderia ter sido feito melhor. Para mais, o clima de nostalgia é um grande diferencial para a trama. Se você achar que não vale a pena se arriscar indo ao cinema para ver Mortal Kombat, espere um pouco mais, pois ao que tudo indica ele estará disponível em breve no novo serviço de streaming da HBO/Warner, o HBO Max que chega em meados junho. Outra dica, caso você não queira ir ao cinema, é conferir a grande estreia da Netflix disponível a partir de 21 de maio, Army of the Dead: Invasão em Las Vegas. Esse é o filme de zumbis dirigido por ninguém menos que Zack Snyder. Tem um grande elenco e promete ser a sensação para os próximos dias. Aproveite e boa sessão!

 

 Odailson Volpe de Abreu

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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