Infância que virá
(Osvaldo Eberle Neto – Acadêmico da Licenciatura em Química do IFPR campus Paranavaí)
Eu quero crer, e preciso crer,
Que não fomos a última infância,
Que não fomos a última brincadeira.
Preciso crer que ainda haverá sonhos,
Preciso crer que ainda contarão fábulas.
Quero ver crianças correndo na chuva,
Escalando árvores, apanhando frutas;
Sentados tapeando poças d'aguas,
Ou fazendo de cobertores secretas grutas.
Preciso ouvir a risada boa e inocente,
Passar remédio no ralado do joelho,
Fazer-me de cavalinho para cavaleiros
E fazê-los rir com falsas orelhas de coelho.
Quero ver sentarem ao redor da experiência
E escutá-la com olhos atentos;
Receberem doces mimos dos avós
E vê-los com pais de sinceros acelentos.
A infância não pode morrer.