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Eleições Municipais em 2024 e as pré-candidaturas: discernindo o joio do trigo


Por: Alex Fernandes França
Data: 17/10/2023
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À medida que as eleições municipais de 2024 se aproximam, é natural que um número crescente de pré-candidatos comece a emergir, cada um buscando conquistar a confiança e o voto dos eleitores. Entre esses postulantes, encontramos uma variada gama de indivíduos, alguns genuinamente comprometidos com o bem-estar da comunidade, enquanto outros se enquadram na categoria dos oportunistas. Nesta coluna, abordo não apenas o oportunismo comum na política, mas também a exploração da fé, religiosidade e vulnerabilidade social e emocional das pessoas como estratégia para ganhar destaque no cenário político.

O oportunismo político é uma realidade que permeia a esfera pública. A busca pelo poder é uma força motriz poderosa que atrai indivíduos de diversas origens e motivações. Alguns aspiram a cargos políticos por um desejo genuíno de servir à comunidade, implementar mudanças positivas e promover o bem-estar social. No entanto, muitos outros veem a política como uma oportunidade para obter vantagens pessoais, notoriedade e influência, em detrimento do bem comum.

Infelizmente, uma estratégia frequentemente utilizada por oportunistas é a exploração da fé e da religiosidade das pessoas. Em um país onde a religião desempenha um papel significativo na vida de muitos, o uso de discursos religiosos e a associação com instituições religiosas são táticas comuns para conquistar votos. Candidatos oportunistas muitas vezes se apresentam como defensores da moral e dos valores religiosos, independentemente de sua verdadeira crença, a fim de atrair eleitores religiosos. Isso não apenas mina a separação entre igreja e Estado, mas também compromete a integridade da política, transformando-a em um palco para o oportunismo.

A vulnerabilidade social e emocional das pessoas também é explorada por certos candidatos. Aqueles que enfrentam dificuldades econômicas, desigualdades sociais e problemas emocionais muitas vezes buscam líderes que prometam soluções imediatas para seus problemas. Candidatos inescrupulosos se aproveitam dessa vulnerabilidade, prometendo respostas simplistas a questões complexas. Eles exploram o desespero das pessoas, prometendo soluções milagrosas, quando, na realidade, as respostas para os problemas sociais exigem políticas bem elaboradas e ações a longo prazo.

A exploração da fé, religiosidade e vulnerabilidade social e emocional em campanhas políticas é prejudicial em vários níveis. Ela mina a confiança dos eleitores nas instituições políticas, polariza ainda mais a sociedade e deixa o campo político inundado por indivíduos desonestos que buscam interesses pessoais. Além disso, desvia a atenção de questões substanciais, como educação, saúde, segurança e infraestrutura, que são fundamentais para o bem-estar de uma comunidade.

Para combater o oportunismo na política, é crucial que os eleitores estejam bem informados e críticos em relação aos candidatos. Além disso, é essencial que a sociedade promova a transparência e a responsabilidade na política, para que os políticos sejam responsabilizados por suas ações e promessas. A educação cívica e o engajamento ativo são ferramentas poderosas para criar uma política mais honesta e responsável.

As eleições municipais de 2024 representam uma oportunidade importante para a comunidade escolher líderes comprometidos com o bem-estar comum. Devemos permanecer vigilantes contra o oportunismo na política, especialmente aquele que explora a fé, religiosidade e vulnerabilidade social e emocional das pessoas. Somente assim poderemos construir sociedades mais justas e equitativas, onde a política seja verdadeiramente um instrumento para o bem-estar de todos.

Em um mundo repleto de informações e aparências, discernir o joio do trigo requer um olhar atento, análise crítica e sabedoria para separar o que é genuíno daquilo que é enganador.

“Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta. John Galbraith (1908-2006)

·       Alex Fernandes França é Administrador de Empresas, Teólogo, Historiador e Mestrando em Ensino pelo PPIFOR – UNESPAR

Alex Fernandes França


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