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Coleta seletiva: responsabilidade compartilhada!


Por: José Antônio Costa
Data: 24/05/2019
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Na manhã de quinta-feira, (23), foi realizada reunião no gabinete do prefeito Moacir Olivatti, o assunto em pauta: a coleta seletiva em Nova Esperança.

Os cooperados da Cocamare, juntamente com a sua presidente demonstraram a preocupação com a diminuição dos materiais enviados a Cooperativa, afinal 27 famílias sobrevivem da renda advinda dos resíduos sólidos adequadamente separados. 

Nova Esperança é referência nacional em gestão do lixo, os dados são do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU).

Apesar da reconhecida importância da coleta seletiva no contexto da gestão integrada de resíduos sólidos e do seu papel na redução da pressão sobre os recursos naturais, minimização da produção de resíduos e aumento da vida útil dos aterros sanitários, apenas 18% dos municípios têm coleta seletiva.

Os números não são atuais e correspondem a pesquisa realizada pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem) que em 2016 revelou que 1.055 dos 5.570 municípios brasileiros possuíam sistema de coleta seletiva implementado.

Em maio de 2018, uma pesquisa do Ibope Inteligência apontou que 98% dos brasileiros ouvidos consideram a reciclagem importante para o futuro do planeta, mas 66% deles afirmam saberem pouco ou nada a respeito da coleta seletiva e 28% não sabem citar quais são as cores das lixeiras para coleta de cada tipo de material.

O levantamento mostrou ainda que 95% concordam que o jeito correto de descartar os resíduos é separando cada um em um saquinho diferente, mas 75% não fazem isso em casa. Trinta e nove por cento dos entrevistados não separam sequer o lixo orgânico e inorgânico. Foram ouvidas 1,8 mil pessoas por telefone de diversos Estados.

O gerente de sustentabilidade da AMBEV, Filipe Barolo, empresa que contratou a pesquisa, destacou que “a reciclagem no Brasil é uma responsabilidade compartilhada. Se uma das pontas falha, o processo não se completa”.

Estudiosos do tema, os autores Pedro R. Jacobi e Gina Rizpah Besen, destacam “a coleta seletiva, apesar de não ser a única solução para a problemática dos resíduos sólidos, promove o hábito da separação do lixo na fonte geradora para o seu aproveitamento, a educação ambiental voltada para a redução do consumo supérfluo e do desperdício, a prevenção e controle das doenças decorrentes da gestão inadequada do lixo, a geração de emprego e renda (inclusão social), a melhoria da qualidade da matéria orgânica para a compostagem, a economia de recursos naturais e a valorização de bens econômicos (materiais recicláveis)”.

No caso de Nova Esperança, a melhor explicação para a redução dos materiais enviados a Cocamare esta na situação econômica do País. A queda do poder aquisitivo das famílias e consequentemente, a queda no consumo de materiais que geram resíduos recicláveis.

Outro ponto é que a população, mesmo fazendo a parte dela, separando o lixo, catadores individuais, não vinculados a Cooperativa estão retirando os materiais recicláveis mais cedo e vendendo a atravessadores. Em resumo, o lucro que deveria chegar até os cooperados, fica no meio do caminho. O risco dos catadores autônomos é que muitos estocam os materiais nos quintais expondo aos perigos da dengue, dentre outros vetores. A prefeitura prometeu agir com mais rigor, incluindo fiscalização e multas. 

O trabalho da coleta seletiva precisa da responsabilidade compartilhada. Poder público envolvido, cooperativa, população e educação ambiental nas escolas.

 

“Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim”. Eclesiastes 3:11

José Antônio Costa


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