A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


Biomedicina como vocação


Por: Artigo de opinião
Data: 25/11/2024
  • Compartilhar:

Por Giovana Perciliano Sakurai[1]

 “Biomedicina é a interseção entre a compreensão da vida humana e os mecanismos para a sua manutenção.” – Alene Vanessa Azevedo dos Santos

(Professora substituta da Universidade Federal da Bahia do Instituto de Ciências da Saúde)

 

A Biomedicina (“bio”, vida; e “mederi”, saber o melhor caminho, tratar, curar = sig. conhecer os caminhos para tratar a vida humana) é uma ciência que estuda e investiga doenças humanas, suas causas e seus tratamentos. Surgiu em 1950 nos EUA como uma resposta às necessidades da área da saúde. Os biomédicos estudam e identificam causadores de doenças e orientam os demais profissionais da saúde. O profissional biomédico, portanto, é o responsável por estar à frente de pesquisar as mais variadas doenças, de entendê-las e controlá-las, assim como trabalhar no desenvolvimento ou aprimoramento dos medicamentos que a sociedade consome.

No Brasil, a história da Biomedicina enquanto disciplina acadêmica regulamentada começa em 1966. No entanto, 16 anos antes, projetos de implementação do curso já estavam em circulação entre cientistas de universidades brasileiras. Foi somente após a publicação do Parecer nº 571/66 que ocorreu a implantação do primeiro curso de Biomedicina na Escola Paulista de Medicina em março de 1966, com aula inaugural ministrada pelo Prof. Leal Prado.

Posteriormente, o curso foi também implementado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na época com o nome de Ciências Biológicas – Modalidade Médica ou Biologia Médica,  na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP), e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá, (atual Centro Universitário Barão de Mauá), em Ribeirão Preto.

Esses cursos, criados entre 1965 e 1970, tiveram seus alunos egressos rapidamente absorvidos nas disciplinas básicas de suas próprias faculdades, ou então em outras escolas de medicina públicas ou particulares, argumentam os historiadores. Nesta época, embora formado em curso reconhecido, o egresso encontrava sérias dificuldades para inserção no mercado de trabalho. Afinal, a profissão de Biomédico ainda não era regulamentada em lei e os exames laboratoriais, eram realizados por médicos e farmacêuticos-bioquímicos.

Ao longo dos anos, a Biomedicina e o mercado de trabalho desta profissão tem mudado muito, e para melhor. O profissional biomédico se tornou um grande pilar da evolução da medicina, pois une conhecimentos da biologia e ciências médicas, ajudando a desenvolver vacinas, análises clínicas, pesquisas científicas e diagnósticos. Nos últimos anos, essa profissão tem sido responsável por importantes avanços tecnológicos e pesquisas genéticas que permitem identificar predisposições em doenças e desenvolver terapias genéticas. Essas abordagens estão mudando a forma como doenças autoimunes, câncer e diabetes são tratadas.

Existem muitos alunos do Ensino Médio que – assim como eu – sonham e almejam se tornarem profissionais biomédicos. Para isso o aluno interessado deve, após a conclusão da Educação Básica, se formar com o diploma no curso de Biomedicina ou Ciências Biológicas, além de ser necessário ter o registro no Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) para atuação na área. Após essas etapas, o biomédico pode trabalhar em laboratórios, institutos de pesquisa e em universidades.

A formação do biomédico é altamente exigente. A Universidade Estadual de Maringá (UEM), por exemplo, explica que para ser um bom biomédico, o acadêmico deve aprender a (e o profissional deve comprovar na sua prática) “(...) conhecer métodos e técnicas de investigação e elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos, realizar, interpretar, emitir laudos, pareceres e relatórios e responsabilizar-se tecnicamente por análises clínico laboratoriais, incluindo os exames hematológicos, citológicos, citopatológicos e histoquímicos, biologia molecular, bem como análises toxicológicas, dentro dos padrões de qualidade e normas de segurança, realizar procedimentos relacionados à coleta de material para fins de análises laboratoriais e toxicológicas, atuar na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle de qualidade de produtos obtidos por biotecnologia, atuar na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle de qualidade de hemocomponentes e hemoderivados, incluindo realização, interpretação de exames e responsabilidade técnica de serviços de hemoterapia, gerenciar laboratórios de análises clínicas e toxicológicas, atuar na seleção, desenvolvimento e controle de qualidade de metodologias, de reativos, reagentes e equipamentos, buscar o conhecimento dos processos investigativos que possibilitem o aprimoramento da prática biomédica, exercer, além das atividades técnicas pertinentes a profissão, o papel de educador, gerando e transmitindo novos conhecimentos para a formação de novos profissionais e para a sociedade como um todo.”

Apesar de ser uma profissão de muita responsabilidade e rigor acadêmico e intelectual, o mercado de trabalho atualmente é amplo. O Biomédico com bacharelado em Biomedicina é considerado capacitado e apto para atuar na Educação Básica e na Educação Superior e Profissional com forte inserção em pesquisas básicas e aplicadas.

Giovana Perciliano Sakurai - Foto divulgação


[1] Educanda da 1ª Série 1 do Ensino Médio do Colégio Coração de Jesus.


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.