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Artigo: o rápido avanço da Cannabis Medicinal no Paraná


Por: Artigo de opinião
Data: 05/10/2023
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Por Raoni Murillo Molin

No mundo empresarial se tornou comum o uso da expressão “qual a dor do seu cliente?”, neste caso a dor é um problema econômico ou técnico que deve ser resolvido pela iniciativa empreendedora do mercado. Mas o que é mesmo a dor?

A dor é considerada o quinto sinal vital. A Escala de dor é uma ferramenta usada em hospitais e consultórios médicos para que você possa medir sua dor ou descrevê-la de maneira simples e clara para quem está cuidando da sua saúde. É um sinal pessoal e subjetivo, claramente associado no popular ao poder aquisitivo do sujeito que sofre com a dor. Quem nunca ouvi o famoso ditame? Quem pode mais chora menos!

Sabe o que funciona muito bem para o tratamento da dor? Cannabis Medicinal. São centenas de artigos mostrando a utilização de substâncias presentes na Cannabis para o alívio e o controle das dores. Há registros que a própria Rainha Vitória em 1890 teria utilizado o óleo de Cannabis para o tratamento de insuportáveis cólicas menstruais. 

Tanto na Europa como na América, a Cannabis Medicinal é tema atual e sua regulamentação avança na maioria dos países. Enquanto no Congresso brasileiro a pauta da Cannabis Medicinal está trancada, iniciativas estaduais e municipais avançam para garantir o acesso de pacientes a produtos derivados da Cannabis. Já são 13 Estados que aprovaram regra sobre o tema, enquanto outros 11 têm projeto em tramitação. No Paraná a Lei Estadual 21.364/2023 foi aprovada a 08 meses, mas a população paranaense ainda aguarda sua regulamentação. Enquanto os estados de Santa Catarina e São Paulo avançam na regulamentação da Cannabis com frentes parlamentares sobre o assunto, no Paraná as boas novas vem do interior! São nos munícipios do oeste do Paraná que a Cannabis Medicinal tem sido tema das sessões do legislativo. Mais de uma dezena de munícipios do Paraná já aprovaram normas e leis favoráveis a Cannabis Medicinal no Estado. Uma verdadeira onda de progresso verde graças a iniciativa de Vereadores que não temem a polêmica como parece ser o caso de seus pares em Brasília.

A sensibilidade dos nobres edis é louvável, já que é justamente a população mais carente que é a mais afetada pela falta de regulamentação da Cannabis no Brasil. Milhões de pessoas dependem dos serviços públicos municipais para realizarem uma consulta nos postos de saúde e em sequência buscar a sua receita médica nas farmácias municipais. É uma massa enorme de brasileiros que nunca tiveram um plano de saúde ou entraram em uma clínica particular. Muito menos possuem acesso a bons advogados para uma demanda judicial tampouco conseguem acessar a internet para realizar uma consulta online, preencher um cadastro na ANVISA e realizar uma importação transoceânica. De fato, uma verdadeira odisseia.

Fato é, a Cannabis já está disponível no Brasil para os ricos e abastados há uma década, desde que as primeiras autorizações judiciais para importação foram concedidas, e antes disso era comum encontrar brasileiros com pedigree em locais de acesso a Cannabis espalhados pelo mundo, seja na Califórnia (não o município do Norte do Paraná, terra de nosso ex-governador Orlando Pessuti, infelizmente), no Uruguai ou mesmo em Amsterdã.

As importações de Cannabis Medicinal têm dobrado a cada 10 meses, devendo chegar a 150.000 importações individuais no ano de 2023. É muita gente! O mapa de importações é claro ao mostrar que os centros urbanos com maior renda per capita são os que tem maior acesso ao tratamento com Cannabis.

Além disso mais de uma centena de associações de cannabis se esforçam para garantir acesso aos seus pacientes, muitas vezes sem recursos, hostilizadas e perseguidas pelo poder público que parece esquecer do artigo 196 da Constituição que diz expressamente “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário”

O principal fator limitante a um crescimento ainda maior do uso terapêutico da Cannabis é sem dúvida a criminalização “criminosa” da planta, o alto preço de um frasco do óleo, e os interesses financeiros daqueles que ganham com uma burocracia que pode fazer um paciente esperar até 30 dias por uma encomenda dos correios.

 

Por uma Vida Digna sem Dor e em nome dos milhares de pacientes que serão beneficiados pela Cannabis no Brasil deixo registrado nosso agradecimento e nos colocamos a disposição para que JUNTOS possamos trabalhar pela causa da Saúde no Brasil. Agradecemos aos eleitores dos municípios de Mandaguari, Jandaia do Sul, Marialva, Cianorte, Cascavel, Foz do Iguaçu, Faxinal, Jaguapitã, Godoy Moreira, Curitiba, Morretes, Paranavaí, Guaratuba, Lapa, Ponta Grossa, Apucarana, Prado Ferreira, Jardim Alegre, Nova Esperança, Paraíso do Norte, São Carlos do Ivaí por escolherem vereadores corajosos comprometidos com a  saúde.

 

Sobre o autor: 

RAONI MURILLO MOLIN é engenheiro industrial, servidor público e Presidente da Associação Canábica Norte Paranaense – ACANPA.

Contato: 44 9 9832 84 28

Instagram: @acanpaoficial   

Fontes:

·https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/07/estados-aprovam-distribuicao-de-cannabis-medicinal-pelo-sus-em-meio-a-indefinicao-federal.shtml#:~:text=Ap%C3%B3s%20ser%20aprovado%20e%20sancionado,garantir%20o%20fornecimento%20do%20medicamento.&text=Foram%20aprovadas%20leis%20em%20Acre,Roraima%2C%20S%C3%A3o%20Paulo%20e%20Tocantins.

·https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/o-impressionante-avanco-do-uso-da-maconha-medicinal-no-brasil

·https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-norte/hdt-uft/acesso-a-informacao/gestao-documental/pop-procedimento-operacional-padrao/divisao-de-enfermagem-1/pop-010-denf-mensuracao-da-dor.pdf

 


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