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A (des)articulação política


Por: José Antônio Costa
Data: 29/02/2024
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A primeira corrida da temporada 2024 da Fórmula 1 acontece amanhã durante o GP do Bahrein, no Oriente Médio. Na F1, a equipe campeã é aquela que faz o melhor ajuste do carro ainda nos boxes. Cabe ao piloto entrar na pista, o motor competitivo é mérito dos mecânicos, mas a vitória é conquistada pela habilidade do piloto.

Semelhantemente a política é feita de bastidores! Na corrida eleitoral, a estratégia não pode ser diferente. Não se constrói uma candidatura da noite para o dia, muito menos se consolida um nome sem consenso do grupo.

         Os segredos do motor do carro campeão jamais são revelados, porém há estudos, pesquisas, testes e inúmeras discussões até a equipe definitivamente “acertar”. Quando o carro vai para pista todos esses processos foram cumpridos. A falta das características anteriormente descritas compromete o resultado final. Tem equipes que começam o campeonato como favoritas, porém terminam com resultados pífios.

         Em política a regra é básica. Para saber se poderão colocar seus nomes à disposição da população os pré-candidatos precisam dos dados coletados pelas pesquisas. Embora muito criticadas em tempos passados, as pesquisas são balizadoras de campanha pois apresentam dados e números próximos da realidade. Numa análise simplista, quem está no cargo de prefeito (a), e tiver mais de 50% de aprovação, ou mesmo 30% da população considerando sua administração como ótima/boa, pode começar a articular um nome para integrar sua chapa como vice.

         Porém, assim como na Fórmula 1, acontece do carro que foi testado, falhar durante a prova, deixando o piloto sem condições de competir. Na corrida, não existe carro preparado de última hora.

No pleito eleitoral não é diferente. O maior problema é a desarticulação política. Lembro do ano 2010, Osmar Dias (PDT), definiu sua candidatura ao governo do Estado faltando poucos meses para as eleições, já no prazo das convenções. Enquanto isso, Beto Richa (PSDB) já havia percorrido todo o Paraná mostrando o modelo de gestão que implantou em Curitiba. Resultado: Beto foi eleito no primeiro turno com mais de 52% dos votos.

Na política local as articulações estão acontecendo! Vários nomes são colocados como pré-candidatos, porém faltam definições para a disputa, inclusive ainda há tempo para troca de partido. Ao contrário de eleições anteriores, onde os partidos tinham pré-candidatos que já procuravam se mostrar antes do pleito, o cenário apresentado mostra que embora existam muitos nomes ventilados, falta convicção e consenso. Seria escassez de lideranças?

Na F1, quando a corrida chega ao final, o nome vitorioso a ser lembrado é do piloto, porém a comemoração também é dos engenheiros, mecânicos e construtores que ajudaram a conquistar aquele resultado. O piloto jamais pode esquecer sua equipe.

Em outubro, quando a corrida eleitoral chegar ao final saberemos quem fez o melhor ajuste.

 

“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

José de Magalhães Pinto (1909 a 1996), advogado, economista, banqueiro e político brasileiro com atuação em Minas Gerais, Estado do qual foi governador 


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