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Qual é o valor que você dá às suas conquistas?


Por: Simony Ornellas Thomazini
Data: 14/08/2020
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Desde crianças assistimos e vivenciamos competições. Na escola presenciamos com frequência aquele aluno que se sobressai aos demais e é recompensado de alguma forma pelos professores. Ou em casa assistimos aquele irmão que tira notas mais altas e ganha os melhores presentes. Internalizamos em atitudes como essas, ou muitas outras, que precisamos ser melhores em alguma coisa. Não importa como e quando, devemos sempre chegar em primeiro lugar. 

Nesse sentido consiste um dos maiores dilemas da vida adulta: quando sentimos que necessitamos, ou ocupar o primeiro lugar, ou sermos melhores do que os outros. 

Autoestima e autoconfiança são construídas desde a infância. É a maneira como nossos pais ou cuidadores nos ensinaram e deram eles mesmos o exemplo de como lidaram com isso. Nem sempre é possível vencer. Assim como é verdadeiro dizer que nem sempre perdemos também. E o mais importante, às vezes uma perda pode se transformar em ganho, porque vai depender da maneira como a enxergamos. 

Mas, a sociedade nos cobra e, crescemos entendendo que toda conquista deve ocupar o primeiro lugar para ser reconhecida. Passar no vestibular em primeiro; conseguir um emprego bom e que ganhe bem; tirar notas altas; vencer qualquer tipo de competição; casar e jamais se divorciar; ter filhos inteligentes e produtivos; comprar o melhor carro; vencer, vencer, vencer. Diante disso nos cobramos e cobramos mais ainda aqueles com quem convivemos. E passamos de geração em geração o peso de um ideal que é inatingível. 

O que as pessoas não sabem e só aprendemos depois, a duras penas, é que nosso maior rival é sempre a gente mesmo. No final, sou eu quem colocará valor naquela conquista. E toda conquista, por menor que seja é importante. Mas, aprender isso leva bastante tempo. Até lá a gente já sofreu muito assistindo a conquista dos outros e menosprezando as nossas. 

A gente cresce se comparando aos outros e somos culturalmente ensinados a sermos os melhores naquilo que escolhermos. Depreciamos nossas conquistas porque elas nunca parecem ser boas o suficiente. Mas, para quem afinal elas devem ser reconhecidas senão para nós mesmos? 

Tudo sempre vai depender da importância que a gente dá ao que nos acontece. Cada pequeno passo importa, porque são eles que nos farão chegar as grandes coisas. E tudo que é grande leva tempo, dedicação, disciplina, dentre outros atributos que dependem da maneira como nos enxergamos diante do que nos propomos a conquistar. Só nós mesmos conhecemos os nossos passos.

Não importa se a gente chegou em terceiro, importa o caminho que percorremos para chegar ali, importa o valor que damos aos esforços que fizemos, as renúncias, e a tudo o que permitiu aquela conquista. 

Ganhar é ótimo, vencer é uma delícia, mas reconhecer o tamanho que a gente tem diante dos pequenos passos não tem preço, não tem pódio, não faz a menor diferença o lugar em que foi conquistado ou o tempo que levou para se atingir aquilo.  A batalha é sempre interna. O reconhecimento é sempre meu. A conquista do outro não carrega a minha história. E comparar a nossa história com a do outro, é das maiores violências que cometemos conosco. A felicidade diante das minhas conquistas é só minha, portanto, basta apenas a mim valorizá-la.

Simony Ornellas Thomazini


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