Entenda a importância deste evento, ocorrido em 15 de novembro de 1889.

Nesta sexta-feira, 15 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Proclamação da República, um marco na história nacional que completa 135 anos em 2024. Essa data representa o fim do período monárquico e o início da era republicana, em 1889, um momento de grande transformação política e social no país. A mudança foi impulsionada pelo desgaste da monarquia e pela insatisfação com o governo de Dom Pedro II, além de uma série de crises e questões que refletiam a necessidade de renovação.

Contexto histórico e a crise do Segundo Reinado

Desde a Guerra do Paraguai (1864-1870), que envolveu o Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai, os militares passaram a reivindicar maior participação na política, fortalecidos pela vitória e pelo papel que desempenharam na defesa do país. Contudo, Dom Pedro II, exercendo o Poder Moderador, restringiu essa participação, frustrando as aspirações dos militares e gerando a chamada “Questão Militar”. Ao mesmo tempo, o movimento republicano ganhava força, aproveitando o desgaste da monarquia, que enfrentava crises internas e uma popularidade cada vez mais baixa.

A imprensa republicana também foi importante  para alimentar o debate público e mobilizar a elite a favor da causa republicana. Os ideais positivistas, trazidos ao Brasil pelo militar Benjamim Constant, inspiraram os republicanos com a visão de que a ciência e o progresso poderiam conduzir o país a um novo patamar de desenvolvimento.

Fatores determinantes para a queda da monarquia

Entre as questões que minaram o governo de Dom Pedro II, destaca-se a Questão Religiosa, marcada pelo atrito entre o imperador e a Igreja Católica. A proibição da participação de maçons em ordens religiosas levou o imperador a prender bispos que aderiram a essa diretriz do Vaticano, o que fragilizou ainda mais seu apoio entre os religiosos.

Outro fator relevante  foi o fim da escravidão em 1888, que, apesar de ser uma vitória histórica para a sociedade brasileira, causou uma cisão com a elite agrária. Sem indenização para os fazendeiros que dependiam do trabalho escravo, muitos deles passaram a apoiar o movimento republicano. Esses “republicanos de última hora” se alinharam aos interesses dos militares e da elite que defendia o fim do Império.

A Proclamação da República e seus protagonistas

Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, que até então era um aliado de Dom Pedro II, assumiu a liderança dos republicanos no Exército e depôs o imperador, marcando o início da Primeira República brasileira. O movimento, que envolveu militares e civis, representou o início de um novo governo no Brasil, com Deodoro assumindo como o primeiro presidente da República.

Consequências da Proclamação da República

A Proclamação da República trouxe mudanças significativas para o país:

• O fim do Segundo Reinado e o exílio da família imperial;
• A extinção do Poder Moderador, que concentrava grande poder nas mãos do imperador;
• A separação entre Igreja e Estado, garantindo maior liberdade religiosa;
• Maior autonomia para as províncias, que se tornaram estados.

A data de 15 de novembro tornou-se, assim, um marco para o início de uma nova era no Brasil, caracterizada por um governo mais descentralizado e um sistema de representação política que, ao longo do tempo, se consolidaria em instituições republicanas mais robustas.