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A pedido do MP, Tribunal de Justiça do Paraná anula veredicto e ordena novo julgamento em caso de Homicídio e Cárcere Privado


Por: Alex Fernandes França
Data: 28/09/2023
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Ministério Público obtém êxito em recurso contra veredicto original do caso em que vigilante Fábio Lucredi foi condenado a uma pena considerada branda (na visão do MP, amigos e familiares) pela morte de Paulo Ricardo Colombo.

() Registro fotográfico da sessão de julgamento do vigilante Fábio Lucredi, que ocorreu no dia 14 de   fevereiro deste ano no Salão do Júri do Foro Regional de Nova Esperança. Veredicto foi   anulado, na última quinta-feira (21) pelo Tribunal de Justiça do Paraná, que ordenou novo julgamento do caso - Foto arquivo JN

Em 14 de fevereiro deste ano, o Salão do Júri do Foro Regional de Nova Esperança foi palco de um julgamento que envolveu o vigilante Fábio Lucredi, de 33 anos, acusado de matar a tiros Paulo Ricardo Colombo, de 30 anos. O motivo alegado para o crime foi ciúmes, uma vez que Colombo era amigo da companheira de Lucredi e ambos haviam trocado mensagens em um aplicativo de conversa.

O Ministério Público do Paraná denunciou Fábio Lucredi por homicídio com agravante de motivo fútil e emboscada, além de cárcere privado e agressões à sua companheira. Segundo a denúncia, Lucredi, após descobrir as mensagens trocadas entre sua companheira e Colombo, obrigou-a a acompanhá-lo de Atalaia, onde residiam, até Nova Esperança, onde ocorreu o homicídio. Ao chegar ao local, Lucredi atirou em Colombo, que veio a falecer no mesmo local.

A defesa do acusado alegou que Lucredi agiu movido por forte e violenta emoção e contestou a acusação de cárcere privado. Além disso, trouxe a possibilidade de participação da companheira no evento, tese que foi rebatida pelo Ministério Público, que a considerou vítima, não coautora.

O julgamento atraiu a atenção da comunidade local, com o auditório do Salão de Júri lotado para acompanhar o processo. O Conselho de Sentença, composto por sete pessoas da comunidade, foi responsável por decidir o veredicto.

Paulo Ricardo Colombo foi assassinado em 24 de setembro de 2020 com dois disparos de arma de fogo, em frente sua residência em Nova Esperança. O crime causou grande comoção na cidade – Foto Arquivo da família

Após a análise dos elementos do caso, o Juiz de Direito Dr. Sérgio Decker, Presidente do Tribunal do Júri, procedeu à dosimetria da pena. Os jurados acolheram a tese de que o réu agiu sob violenta emoção e descartaram a existência de cárcere privado, o que contribuiu para atenuar a pena. Ao final da sessão, na madrugada seguinte, a sentença foi proferida, condenando Fábio Lucredi a cumprir uma pena privativa de liberdade de dez anos de reclusão, mais quatro meses e cinco dias de detenção, porém estava cumprindo a pena com o uso de monitoramento eletrônico (tornozeleira eletrônica).

Além disso, o juiz determinou que o condenado se abstivesse de qualquer forma de contato com sua companheira e mantivesse uma distância mínima de duzentos metros dela, sob pena de prisão preventiva.

Relembre o resultado do julgamento de 14 de fevereiro de 2023 - CLIQUE AQUI

Ministério Público 

O Ministério Público recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, argumentando que o veredicto do Conselho de Sentença foi manifestamente contrário à prova dos autos, de acordo com jurisprudência das Cortes Superiores.

A decisão recente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, datada de quinta-feira, 21 de setembro, determinou a anulação do julgamento em relação aos crimes de homicídio e cárcere privado, atendendo ao recurso do Ministério Público. Com isso, Fábio Lucredi será submetido a um novo julgamento perante o Conselho de Sentença.

Em resumo, o julgamento que envolveu Fábio Lucredi teve seu veredicto anulado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, que acolheu o recurso do Ministério Público e determinou um novo julgamento para os crimes de homicídio e cárcere privado.

“A condenação inicial de Fábio Lucredi a uma pena considerada branda, em face do afastamento da condição de crime hediondo, permitindo que o réu deixasse o plenário com o uso de tornozeleira eletrônica, pelo homicídio de Paulo Ricardo Colombo gerou debates e preocupações na comunidade local”, disse a Promotora de Justiça, Drª Viviane Gerelus - Foto Alex Fernandes França/Jornal Noroeste

Segundo a Promotora de Justiça, Drª Viviane Moraes Ribeiro Gerelus, “a condenação inicial de Fábio Lucredi a uma pena considerada branda, em face do afastamento da condição de crime hediondo, permitindo que o réu deixasse o plenário com o uso de tornozeleira eletrônica, pelo homicídio de Paulo Ricardo Colombo gerou debates e preocupações na comunidade local. No entanto, o Ministério Público permaneceu firme em sua busca por justiça e agora obteve uma segunda chance de apresentar o caso diante do Conselho de Sentença. O motivo alegado para o crime, ciúmes, e a alegação de cárcere privado tornaram este caso particularmente complexo. A defesa de Lucredi alegou que ele agiu movido por forte e violenta emoção, enquanto o Ministério Público sustentou que as circunstâncias apontam para um crime com agravantes significativos. A possibilidade de participação da companheira no evento também foi objeto de discussão. O novo julgamento proporcionará uma oportunidade para uma análise mais aprofundada das provas e das circunstâncias que cercam este trágico evento”, concluiu.


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