A engenharia de alimentos e o futuro
Por Mauricio Rigo, Engenheiro de Alimentos e Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)
Com a busca por um estilo de vida mais saudável cada vez mais presente nos dias atuais e com consumidores mais atentos e exigentes, evidencia-se o papel do Engenheiro de Alimentos, cujo dia é comemorado em 16 de outubro, mesma data em que se celebra o Dia Mundial da Alimentação.
Responsável por atuar em todas as etapas de produção de artigos alimentícios, desde a seleção das matérias-primas até o acondicionamento do produto final na indústria, buscando a segurança alimentar, esse profissional é fundamental por contemplar a visão global de todo o processo.
A indústria alimentícia do século XXI enfrenta o desafio de fornecer alimentos seguros, nutritivos e desejáveis que atendam aos hábitos cada vez mais exigentes dos consumidores ??e, a longo prazo, levar em consideração que as mudanças climáticas em curso poderão reduzir o suprimento de alimentos, bem como o crescimento da população mundial.
Cabe ao Engenheiro de Alimentos trabalhar nessa demanda, aliada à preocupação pela produção sustentável e eficiente das empresas, reduzindo o desperdício de todas as formas, bem como reutilizar e reciclar materiais sempre que possível.
Vale ressaltar que a indústria de alimentos é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, e emprega aproximadamente 20% dos trabalhadores da indústria de transformação do Brasil. Esse mercado apresenta potencial de crescimento para atender a toda a demanda interna e externa de produtos alimentícios, que criará novas oportunidades de trabalho.
Diante desse cenário, o papel do Engenheiro de Alimentos é contribuir com o desenvolvimento científico e tecnológico aplicado na cadeia de processamento de alimentos, aliado aos profissionais da nutrição, que se dedicam à promoção, recuperação e manutenção da saúde por meio da alimentação.
Atividade em expansão, a Engenharia de Alimentos surgiu em meados do século XX, fundamentando-se nos processos de transformação de produtos alimentícios. O primeiro curso de Engenharia de Alimentos do Brasil foi implantado na Universidade Estadual de Campinas em 1967 e, desde então, o número de cursos vem crescendo gradualmente. Em 2020, formaram-se 1790 engenheiros de alimentos no Brasil, dos quais 184 deles graduados no Estado do Paraná em 10 cursos de graduação em Engenharia de Alimentos. Somente em 2021, há 333 profissionais desta modalidade de Engenharia registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).