Segundo apurou a reportagem, o criminoso teria utilizado o CPF de um grupo de pessoas ligadas diretamente à administração municipal de Nova Esperança e seus familiares para realizar a compra de itens de cunho pornográfico sem seus consentimentos.  Mensagens com teor erótico e ameaçador também chegaram aos celulares das vítimas.

Um grupo de pessoas ligadas diretamente à Administração da Prefeitura Municipal de Nova Esperança teriam recebido mensagens de cunho sexual via aplicativo de mensagens nos últimos meses. As mensagens são de forma anônima e com tom provocativo, ameaçadores e evocam temas constrangedores.

Sem saberem uma das outras, parte acabou filtrando sem comentar ao que uma delas tocou no assunto. Para o espanto, várias pessoas haviam recebido teor semelhante, causando estranheza e indignação.

Ao tomar ciência destes fatos, o prefeito de Nova Esperança, Moacir Olivatti, chamou em seu gabinete o delegado de Polícia Civil de Nova Esperança, Dr. Jader Roberto, para colocá-lo à par da situação. O delegado prontamente mobilizou as estruturas investigativas da PC, incluindo o Núcleo de Crimes Cibernéticos na tentativa de identificar a autoria. Ambos procuraram a reportagem para relatar os ocorridos bem como fornecer informações sobre os encaminhamentos a serem tomados.

Boletins de ocorrência também foram feitos diretamente em Curitiba na Delegacia de Crimes Cibernéticos – NUCIBER, depois de uma audiência na Secretaria de Segurança Pública do Estado e as investigações estão sendo realizadas em conjunto com a delegacia de Polícia Civil de Nova Esperança e Curitiba.

Prefeito e Delegado de Polícia em contato com nossa equipe demonstraram preocupação com os fatos cada vez mais recorrentes em que um grupo de pessoas ligadas À administração e seus familiares estão recebendo tais mensagens anônimas de forte cunho pornográfico e em tons ameaçadores.  Segundo eles, produtos eróticos foram comprados e enviados às vítimas com CPFs seus ou de familiares.

Segundo apurou nossa equipe de reportagem, que teve acesso ao celular de uma das vítimas, além das mensagens de teor pornográfico ou ameaças, as vítimas também estariam recebendo imagens onde o (s) criminoso (s) ameaçam a utilização de inteligência artificial para montagens de vídeos e criação de perfis em sites de relacionamento sexual e/ou prostituição.

Segundo as autoridades, algumas mensagens inclusive ameaçam a “integridade física destas vítimas e familiares, contendo, inclusive, ameaça de morte”.

Perfis anônimos

Em Nova Esperança, nas últimas eleições, perfis anônimos em redes sociais foram criados, a exemplo do chamado Antônio Esperança (I e II) para desferir ataques contra desafetos políticos, assassinando reputações e colocando em descréditos postulantes a cargos públicos ou correligionários.

A investigação sobre os casos de assédio por meio de mensagens anônimas em Nova Esperança avança, e a Polícia Civil expressou confiança na possibilidade de desvendar o anonimato por trás desses atos repugnantes. O delegado Jader Roberto, à frente das diligências, afirmou que já existem suspeitas sólidas e que as equipes do Núcleo de Crimes Cibernéticos - NUCIBER estão trabalhando incansavelmente para rastrear a origem das mensagens. Além disso, destacou que a experiência adquirida em investigações anteriores, como os casos dos perfis anônimos durante as eleições, fornecendo uma base sólida para o sucesso dessa nova empreitada.

O delegado orienta que, caso mais alguém esteja sendo vítima deste tipo de orquestração, que procure a Delegacia de Polícia para confeccionar um Boletim de Ocorrência, na garantia de que o anonimato será mantido.É importante que as vítimas denunciem os crimes às autoridades. A denúncia é essencial para que os autores sejam responsabilizados e para que outras pessoas não sejam vítimas.

Anonimato pode ser descoberto

Apesar de parecer uma forma de proteção, o anonimato na internet pode ser descoberto pela Polícia Civil. Em casos de crimes cometidos online, como o assédio sexual anônimo, compras usando identidade falsa, dentre outros crimes as autoridades podem utilizar uma série de técnicas para identificar os autores.

Uma das principais técnicas utilizadas pela Polícia Civil é a análise forense digital. Essa técnica consiste na análise de dados digitais, como arquivos, registros de navegação e histórico de ligações, para identificar padrões que possam levar à identificação do autor do crime.

Outra técnica utilizada pela Polícia Civil é a colaboração com empresas de tecnologia. Muitas empresas de tecnologia, como Facebook, Twitter e Google, possuem políticas de cooperação com as autoridades policiais. Essas empresas podem fornecer dados sobre os usuários, como endereços IP, registros de login e informações de pagamento, para ajudar a identificar os autores de crimes online.

Nos casos relatados em Nova Esperança, a Polícia Civil está utilizando todas as técnicas disponíveis para identificar os autores. As autoridades já solicitaram à empresa de tecnologia responsável pelo aplicativo de mensagens, bem como operadoras de celulares e sites de compras online, que fornecessem dados sobre os usuários que enviaram as mensagens de cunho sexual e fizeram compras online usando seus CPFs.

As vítimas deste episódio esperam por resultados que possam não apenas revelar a identidade dos perpetradores, mas também dissuadir futuros infratores.