Estado deve ampliar Teste do Pezinho para mais uma doença congênita
No Paraná, o exame contempla a detecção de seis doenças, e a previsão é de que ainda neste semestre a toxoplasmose congênita faça parte da triagem realizada nos bebês.
Nesta terça-feira, 06 de Junho, é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Bastam algumas gotinhas de sangue do recém-nascido e várias doenças genéticas, graves ou raras, podem ser precocemente diagnosticadas. Esse processo, determinante para a saúde do bebê, é a Triagem Neonatal Biológica (TNB), mais conhecido como “Teste do Pezinho” (TP).
No Paraná, o exame contempla a detecção de seis doenças e a previsão é de que ainda neste semestre a toxoplasmose congênita faça parte da triagem realizada nos bebês. O processo está em fase de finalização.
Em maio de 2021, a lei federal 14.154 ampliou o rastreamento de doenças no recém-nascido disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mais de 50 diagnósticos, com implementação de forma escalonada nos estados, em cinco fases.
Atualmente, o Paraná segue o cronograma do Ministério da Saúde, na primeira etapa, com testagem para doenças como a deficiência de biotinidase, fenilcetonúria, fibrose cística, hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal congênita e hipotireoidismo congênito.
A secretaria estadual da Saúde (Sesa) analisa a possibilidade de antecipar a triagem das doenças contidas na segunda etapa da ampliação do rastreamento, considerando sua rede assistencial já instituída. A medida permitirá que o teste seja ampliado para doenças como: galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da uréia e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos.
“É um exame simples e rápido que pode mudar a vida da criança. Traz qualidade de vida à família e pode até evitar o óbito do recém-nascido, dependendo da gravidade da doença. Os pais devem estar conscientes da importância dessa triagem e exigir esse direito”, alertou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
PRIMEIROS DIAS - O Teste do Pezinho é realizado nos primeiros dias de vida da criança, ainda na maternidade ou nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) a partir de uma pequena quantidade de sangue coletado do calcanhar e serve para o rastreamento de algumas doenças, além de auxiliar na prevenção de sequelas.
No Paraná, a amostra é encaminhada à Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), única instituição credenciada junto à Sesa para a realização do teste, sendo também um centro de referência no Paraná. Se o resultado do teste do pezinho estiver alterado, a família e o ponto de coleta são contatados e o bebê é reconvocado para fazer novos exames de confirmação.
COBERTURA – Nos últimos dois anos foram realizados mais de 1,9 milhão de testes em 325.341 recém-nascidos, uma média de 13,5 mil exames mensal. Existem 2.552 postos de coleta e, em 2022, 100% dos nascidos vivos passaram pela triagem.
As UBS´s garantem ainda a cobertura total para os bebês que nascem de parto domiciliar e nas casas de detenção. Nos últimos dois anos foram detectadas 216 crianças com uma das seis doenças que fazem parte do exame. Elas receberam tratamento no tempo oportuno.
CONSCIENTIZAÇÃO – O Dia Nacional do Teste do Pezinho, data criada pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), implantado em 2001, tem como objetivo conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a importância do exame, que é obrigatório, gratuito e está disponível em todo o território paranaense.