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Diretor Clínico do Hospital Municipal não recomenda o uso da cloroquina: “efeitos colaterais danosos”, frisou Dr. Ali


Por: Alex Fernandes França
Data: 29/05/2020
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Recentemente o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves da covid-19, cabendo ao médico a decisão sobre prescrever a substância.  Dr. Ali Nagib Abdallah, médico e diretor clínico do HM de Nova Esperança frisa: ‘não existem estudos científicos que comprovem sua eficácia. Particularmente sou contra sua utilização”.

O Ministério da Saúde incluiu no dia 20 de maio a cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina no protocolo de tratamento para pacientes que possuem sintomas leves de covid-19 e segundo o documento divulgado pela pasta, cabe ao médico à decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo também necessária a vontade declarada do paciente com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.

Profissional experiente e muito respeitado, o médico Dr. Ali Nagib Abdallah, que é diretor Clínico do Hospital Municipal de Nova Esperança diz que por não haver comprovação científica e por apresentar efeitos colaterais danosos, incluindo aumento da arritmia cardíaca e prejuízos à visão, não recomenda o uso da substância. “Não tem ação alguma, segundo estudos internacionais. Na prática não se observa efeitos diretos que possam gerar grandes benefícios. Se realmente funcionasse não teríamos os casos graves da doença. Embora na 1ª fase recomenda-se que se use a cloroquina, a maioria dos médicos não tem utilizado, devido sua alta toxidade.  Não é possível saber se um medicamento não testado para determinada doença terá maior benefício ou maior prejuízo se não houver um grupo controle”, ressalta.

The Lancet

A afirmação do médico é corroborada por um estudo científico publicado na revista médico-científica The Lancet afirmando que não houve melhora significativa na condição de saúde de pacientes medicados com quatro protocolos diferentes de cloroquina e hidroxicloroquina. Feito por um grupo de cardiologistas, o foco da pesquisa foi identificar arritmias cardíacas e mortalidade hospitalar em pessoas sob o efeito dos medicamentos. O estudo foi realizado em um grupo multinacional de pacientes espalhados por 671 hospitais do mundo. Ao todo, 96.032 pacientes participaram dos testes, sendo que cerca de 15% total - 14.888 pessoas - foram medicados. “É uma doença nova e temos relatos de hospitais e práticas médicas que tem usado, por exemplo a Ivermictina-, que se trata de um antiparasitário-. Nesta primeira fase, a mais leve da doença,  temos usado o Tamiflu, medicamento recomendado para a H1N1 que pode conduzir de tal forma a diferenciar uma patologia da outra, pois ambas são muito semelhantes na forma prática além do uso da Azitromicina para se evitar infecções secundárias bem como a infecção bacteriana”, explicou o médico.

O Hospital Municipal de Nova Esperança está todo preparado para receber pacientes da convid-19, com área de isolamento em eventuais complicações em que haja necessidade de intubação com respiradores e monitores. “A Secretaria de Saúde tem nos dado muito apoio. A administração municipal fez a contratação de vários funcionários, pois aqueles que tem contato com algum paciente da covid-19 acabam indo pra isolamento e precisam ser substituídos. Equipamentos de segurança para os profissionais de Saúde como macacões,  máscaras e protetores faciais também foram adquiridos. De um aspecto geral estamos bem. Parte da mídia tem criado pânico entre a população, mas de modo geral está muito tranquilo e vamos vencer esta pandemia terrível”, finalizou Dr. Ali Nagib Abdallah. 


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