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As vacinas e as mutações do novo coronavírus


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 08/03/2021
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Por Dr. Juarez de Oliveira - Médico do Programa Saúde da Família (PSF)

 "Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores, perderam a esperança." (Hannah Arendt)

 

 

Há mais de um ano infectando e provocando óbitos em milhões de pessoas por todo o mundo, o novo coronavírus também vem sofrendo um processo de mutação em vários países, com destaque para o Reino Unido, África do Sul e Brasil, na região do Amazonas (segundo a Fiocruz, trata-se de uma cepa muito virulenta, com alta carga viral). Mas o que significa mutação? Trata-se de uma alteração no material genético de um organismo, podendo ocorrer de forma espontânea ou de forma induzida. São muito comuns as mutações ocorrerem em vírus, como a H1N1, razão pela qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) reúne anualmente para discutir as mutações a aprovar as vacinas anualmente.  Essas mutações podem ser benéficas como maléficas. Em 2000, a Cov-1, sofreu uma mutação e perdeu força, ao contrário do que está acontecendo com a Cov-2, onde as mutações estão infectando mais jovens e pessoas abaixo de 60 anos, como podemos ver nas diversas enfermarias e UTIs dos hospitais. Os infectados e óbitos por todo o país são testemunhas desta afirmação. Uma das grandes preocupações da sociedade é quanto ao efeito das vacinas atuais contra o novo coronavírus e suas mutações, sobre a questão da formação de anticorpos contra a Covid-19. Pesquisa publicada na Revista Nature mostra que a proteína Spike (S) do novo coronavírus, responsável pela entrada do vírus dentro das células humanas, que é alvo das vacinas, não irá provocar qualquer alteração das vacinas na formação de anticorpos contra a Covid-19, no caso de mutação.  Vários estudos já têm sido feitos neste sentido com as atuais vacinas do mercado, mesmo nas regiões com as referidas mutações, têm mostrado que elas são eficazes na formação de anticorpos.  Na Austrália, estudos e exames por 20 pesquisadores, comprovaram a formação de anticorpos por diferentes vacinas em pessoas com o vírus mutante. Mesmo assim, inúmeros laboratórios têm ampliado estudos neste sentido. Vale acrescentar que uma pessoa infectada por um novo coronavírus, poderá ser reinfectada por uma outra cepa de uma mutação.  Sabemos que o número de vacinas no Brasil é pequeno (por descaso e incompetência do Ministério da Saúde e do presidente da República), mas mesmo assim, precisamos encontrar meios para agilizar a vacinação nas Unidades Básicas de Saúde, drive-thru, deixar para fazer as vacinas domiciliares apenas em quem é acamado ou não têm condições de deambular, para evitar perda de tempo. Precisamos vacinar 70% da população brasileira.  Quanto mais pessoas forem vacinadas o mais rápido possível, evitaremos não só a disseminação e infecção de mais pessoas, como também, reduziremos a mutação do vírus.  É importante também salientar que, quanto mais variedades de vacinas tivermos, elas também contribuirão e muito para a redução da mutação viral.

(Freepik) - Uma das grandes preocupações da sociedade é quanto ao efeito das vacinas atuais contra o novo coronavírus e suas mutações, sobre a questão da formação de anticorpos contra a Covid-19

 

 

 


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