Vive-se uma situação pandêmica sem precedente na atual geração.  O novo coronavírus fez com que os olhos se voltassem às instituições de saúde, mais especificamente aos profissionais intitulados como “linha de frente do cuidado”. O que há pouco tempo parecia esquecido e desvalorizado, tornou-se motivo de aplausos coletivos nas janelas dos prédios, das sirenes dos bombeiros e de vídeos com “hashtags” nas redes sociais, exaltando os profissionais de saúde e a importância de sua atuação no momento atual. A valorização é válida, no entanto, vale ressaltar que, tais profissionais sempre estiveram expostos a riscos em seu âmbito de atuação e que mesmo em tempos mais amenos, a incerteza e o medo fazem parte de seus cotidianos. 

O número de óbitos e contaminações pelo Coronavírus em profissionais da saúde cresce exponencialmente nessa fase crítica do cenário mundial, sendo divulgados diariamente os casos pelos conselhos regionais/nacionais das categorias profissionais e pelos diversos meios de comunicação, apontando o quanto essas categoriais são fortemente acometidas pelo COVID-19, principalmente a classe médica e de enfermagem, gerando alarme e risco de colapso nos sistemas de saúde. 

Ainda, é necessário a valorização e reconhecimento dos demais profissionais envolvidos na linha de frente da saúde, que também estão expostos ao risco de contaminação, incorporando-os como protagonistas tão importantes e necessários quanto médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Cita-se assim os condutores de ambulância, recepcionistas, seguranças, profissionais da limpeza e da cozinha, bioquímicos, assistentes sociais, farmacêuticos, entre outros,atuantes direta ou indiretamente no cuidado com os pacientes e que possibilitam a excelência do cuidado. 

Desse modo, ressalta-se que, por traz das máscaras, óculos e protetores faciais, existem além de profissionais com embasamento e postura técnico-científico, mas também seres humanos, com suas fragilidades, medos e inseguranças,que deixam seus familiares em casa ou se autoisolam das famílias de forma preventiva, para enfrentar a incerteza das jornadas de trabalho em tempo de pandemia. 

Nesse contexto, reforça-se a importância de todos os profissionais no âmbito de atuação do cuidado em saúde frente ao novo Coronavírus, a necessidade de valorização dessas categorias e o papel da população em contribuir com diminuição da propagação do vírus, que refletirá positivamente nos serviços de saúde e nos envolvidos no cuidado.