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Máscaras, luvas e lenços não devem ser descartados em lixo reciclável para evitar contaminação dos catadores


Por: Alex Fernandes França
Data: 17/07/2020
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Presidente da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Cocamare), Miguel Bispo dos Santos ressaltou a importância da colaboração da sociedade em separar adequadamente e com segurança qualquer material que pode ser reciclado. 

Direção da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Nova Esperança – Cocamare está preocupada com o risco que os catadores e as catadoras vêm correndo por causa do descaso ou falta de informação de algumas pessoas que descartam máscaras e outros equipamentos sem o devido cuidado. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) tem orientado a população a não descartar na coleta seletiva máscaras, luvas, qualquer outro tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou mesmo resíduos descartáveis que possam estar contaminados. A orientação é para que a população coloque esses materiais na coleta comum. A Cooperativa possui atualmente 27 catadores que se expõem a riscos diários e para tanto a conscientização da população é fundamental. 

“Separe adequadamente seus resíduos, destine apenas os recicláveis para a coleta seletiva, mas se alguém da sua família estiver com sintomas da Covid-19 [doença provocada pelo coronavírus] ou tiver tido contato com a doença, descarte todos os seus resíduos na coleta comum, inclusive os recicláveis, colocando um segundo plástico para isolar melhor os resíduos. Assim, também diminuímos o risco de garis serem infectados”, salientou o Presidente da Cocamare, Miguel Bispo dos Santos.

 É esta também a orientação do médico Dr. Juarez de Oliveira. Segundo ele, as pessoas precisam ter cuidados redobrados ao descartarem os EPI usados, mas também com qualquer outro material que pode ser reciclado. “O vírus fica horas ou dias em algumas superfícies de materiais diversos e então se o que você for descartar tiver qualquer possibilidade de contágio é preciso também identificar o perigo no saco de descarte para proteger os catadores e catadoras, que terão contato e podem se contaminar. Os profissionais envolvidos na coleta devem trabalhar na hipótese de que tudo está contaminado e ficarem protegidos com máscaras, luvas e óculos”, disse o médico, que exemplificou o tamanho do risco: Uma lata de alumínio, por exemplo, pode ficar de 2 a 4 horas contaminadas. O papel, papelão, os plásticos e o vidro podem ficar até 5 dias contaminados”, salientou o médico.  

Segundo o Presidente da Cooperativa, 90% de tudo que descartamos podem ser reciclados e apenas 10% não tem como reciclar e é por isso que os catadores e as catadoras não podem parar.

“Se nós pararmos de reciclar, primeiro que perderíamos o potencial e teríamos grande perdas, não só na renda mas também em relação a vida do planeta. Trabalhamos diferentemente da lógica capitalista, a questão ambiental é o carro chefe dos catadores e das catadoras deste país", finalizou o Presidente da Cocamare, Miguel Bispo dos Santos.

Alex Fernandes França


Anuncie com Jornal Noroeste
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