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Para especialista, cultura tem papel fundamental na sociedade


Por: Assessoria / Alep
Data: 23/11/2022
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Programa Assembleia Entrevista conversou nesta semana com a professora, curadora, ensaísta e crítica de arte Maria José Justino.

A professora, curadora, ensaísta e crítica de arte Maria José Justino é a convidada do Assembleia Entrevista desta semana 

Foto:Orlando Kissner/Alep 

Com uma trajetória de destaque no cenário cultural paranaense, a vida de Maria José Justino se mistura com a história da arte do Estado. Ela, que atualmente é membro da Academia Paranaense de Letras, trabalhou na implantação do Museu de Arte do Paraná e do Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além disso, foi curadora de diversas mostras importantes e é reconhecida como um dos maiores nomes da arte no País. Além disso, também é professora, curadora, ensaísta, crítica de arte e pós-doutora em Estética.

Para contar esta importante história, Maria José Justino é a entrevistada da semana do Programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia. O programa vai ao ar às quintas-feiras, às 11 horas, com reprises ao longo da semana. Com uma vida dedicada ao tema, Maria José Justino reforçou o papel central da arte na cultura de uma nação, inclusive com reflexos econômicos. “A arte é uma das coisas mais importantes que existem. Lamentei quando o Ministério da Cultura foi fechado. Ele é importante inclusive do ponto de vista econômico. Se você vai para o exterior, para lugares como França e Alemanha, são países com economias fundadas na cultura. Nós brasileiros não aprendemos ainda. A arte possui uma importância humanística, ensina a desobediência. Não podemos criar pessoas acomodadas. Quem se educa na arte é uma pessoa livre”.

Ela, que foi professora UFPR e da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), é autora de mais de 70 artigos e livros de destaque no mundo das artes, como “Mulheres na Arte. Que Diferença Isso Faz?”, “Frans Krajcberg: A Tragicidade da Natureza pelo Olhar da Arte”, e “Modernidade e Pós-modernidade em Hélio Oiticica”.

Na conversa, a professora contou que a entrada na carreira aconteceu de modo “pitoresco”, como ela mesma definiu. “O caminho para minha entrada no mundo das artes foi longo. Sou pernambucana. Meus pais vieram para o Paraná nos anos 1950. Minha mãe tinha visão de que a filha tinha de receber educação para o casamento. Então, com 10 anos, fui matriculada em curso de tricô. Não aprendi nada, mas uma professora notou o talento para pintura. Então fui para pintura e nunca mais parei”, revelou.

Desse momento inicial, a especialista viveu uma vida intensa na academia. Possui mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983), doutorado em Estética e Ciências das Artes pela Universidade de Paris VIII (1991) e Pós-doutorado na EHESS-École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris (2008). Dedicou ainda parte da vida para o estudo de Filosofia e Estética com ênfase em Artes Visuais, atuando principalmente em temas como história da arte brasileira, crítica de arte, história da arte paranaense, estética e arte e sociedade.

Durante o bate papo, Maria José Justino reforçou a importância da arte paranaense dentro do cenário nacional. “O Paraná é um seleiro de artistas. Viajei muito pelo Brasil. Conheço todos os estados e capitais. Em todas as minhas viagens, ficava uns dias para conhecer a arte local e digo para vocês: há grande qualidade e quantidade de artistas paranaense. Raramente se encontra isso em outros estados”, disse. “Além do índio, do negro, tivemos grande influência cultural dos imigrantes. São portugueses, italianos, ucranianos, japoneses e alemães. Isso auxiliou nessa diversidade”, completou.

Maria José Justino nasceu em Cachoeirinha do Una, no sertão de Pernambuco, em 1946. Nos anos 1950, sua família migrou para Cornélio Procópio. Depois, ela passou estudar Filosofia na UFPR, em Curitiba. Na capital, também se graduou em Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Com grande produção acadêmica, Justino possui dezenas de artigos em publicações científicas e em periódicos, além da participação em diversas obras coletivas. Atualmente, é diretora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e atua como curadora independente.


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