A comemoração do Ano novo existe há séculos e em varias culturas, sendo que, é comemorado em datas diferentes dependendo da tradição e do calendário. Dependendo da crença, a chegada do Ano Novo pode assumir sentido religioso ou apenas festivo. Um dos primeiros povos a comemorar o ano novo foram os Mesopotâmicos, por volta do ano 2.000 a.C.
Como o nosso calendário é de origem romana, nosso ano novo teve origem num decreto do imperador romano Júlio César. No ano 46 a.C., o imperador fixou o primeiro dia de janeiro como o Dia do Ano Novo. Já entre os romanos a inspiração foi o deus dos portões, Jano.
O ano novo também é conhecido por Réveillon. A palavra é de origem francesa e possui o significado de “acordar” e “despertar do ano”. A palavra surgiu no século XVII e servia para identificar eventos populares entre a classe dos nobres franceses. Entre esses eventos, destaque para os jantares, que seguiam até depois da meia-noite, nas vésperas de datas importantes.
A maneira como nos relacionamos com o tempo diverge de cultura para cultura. Para os gregos antigos o tempo possuía uma estrutura cíclica, ou seja, repete-se em ciclos de vida, não tem começo e nem fim. O tempo para os gregos antigos, era renovado pelo retorno à origem em um “renascimento”.
Já para nós, ocidentais modernos, o tempo é linear, ou seja, tem inicio e fim, não é repetitivo, conta uma única história. O tempo linear uniforme é compatível com uma cosmovisão mecanicista, com noções de progresso e evolução e com uma orientação para o futuro.
Essa concepção surgiu na Idade Média, com a invenção do relógio. O relógio nos transformou em pessoas que cronometram o tempo, depois em pessoas que poupam tempo (tempo é dinheiro) e por fim em pessoas que se aproveitam do tempo (oportunistas). Com a invenção do relógio, a eternidade deixou de servir como medida e foco dos eventos humanos.
Isso explica o porquê da importância de se comemorar o “Ano novo”. Com esse desvio de foco, da eternidade para a terra, hoje temos motivos para comemorar a chegada de mais um ano, pois, ele traz consigo novas oportunidades, e o relógio está correndo, sempre nos mostrando que o tempo está passando e por isso precisamos correr.
Mas o que não percebemos é que o ano novo de “novo” não tem nada. É só mais um dia qualquer, até mesmo porque como já disse, nossa percepção do tempo é linear, ou seja, para nós o tempo é como uma linha reta, ele não volta. Sendo assim não existe ano novo, o tempo é um só e caminha para frente.
Mas ainda assim comemoramos o ano novo todo dia primeiro de janeiro. E isso é bom, nos ajuda a estabelecer metas, renovar as forças, enfim, todas se animam com a chegada do “ano novo”.
O problema é quando depositamos expectativas no ano que se iniciou e fazemos grandes planos, estabelecemos metas, mas na pratica nada é feito para que as mudanças saiam do papel. Dai o titulo do artigo “ano novo e velhos hábitos”.
O ano só será “novo” se você trabalhar para que isso aconteça, ou seja, deixe os velhos hábitos ir embora com o ano velho. Um dos maiores e dos mais cômicos exemplos de meta de ano novo que não se concretiza é a perda de peso. Quem nunca disse na noite do Réveillon que a meta para o próximo ano será perder peso? Aposto que muitos, eu mesmo já fiz isso varias vezes.
Mas ai o ano começa, muita festa, férias, depois vem o carnaval. Ai logo chega o inverno e todos sabem que no frio comemos mais porque precisamos de mais energia para produzir calor. E quando nos damos conta já é dezembro novamente, muitas confraternizações, amigos secretos, enfim, muito comida. Ai chega à noite de Réveillon novamente e você se deu conta que há 365 dias estabeleceu uma meta e não cumpriu, na verdade está mais gordo. Mas por quê? Ano novo e velhos hábitos.