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Evasão escolar digital preocupa Conselho Tutelar: “aprendizagem comprometida e aumento da vulnerabilidade social”


Por: Alex Fernandes França
Data: 04/09/2020
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Além da parte pedagógica que ficou comprometida, entidade diz que a pandemia ampliou a situação de vulnerabilidade social de muitas crianças e adolescentes. A baixa adesão às aulas do ensino remoto por parte deste público  coloca conselheiros em alerta.

Durante a pandemia da Covid-19, as aulas presenciais foram suspensas desde março deste ano, e com o intuito de minimizar a propagação do novo coronavírus as aulas passaram a ser de forma remota. Diante disso o Conselho Tutelar de Nova Esperança tem verificado barreiras enfrentadas por muitos alunos com dificuldades pedagógicas bem como ao acesso aos conteúdos ministrados, além da frequência neste novo formato de “sala de aula”.  

Segundo o Presidente do Conselho Tutelar, José Catuzo “estamos nos comprometendo efetivamente para a implementação do PCAE – Programa de Combate ao Abandono Escolar. Verificamos, com preocupação que esta metodologia de ensino tem desmotivado os alunos, seja pelas dificuldades de acesso à plataforma, por não possuir os equipamentos necessários para assistir as aulas, pelo contexto familiar, que na sua maioria tem dificuldades em auxiliar as crianças e adolescentes nas atividades escolares ou até mesmo pela falta de adaptação com a modalidade de ensono-aprendizagem por ora oferecida”, frisou Catuzo.  

A entidade faz um alerta aos pais e responsáveis sobre a evasão escolar, tendo em vista a baixa adesão dos estudantes às atividades a distância. As razões são variadas e estão gerando prejuízos aos estudantes, sobretudo àqueles expostos às diversas situações de vulnerabilidade social.

“Como alternativa para os estudantes que, por ventura, não têm acesso à internet, e até mesmo como forma de incentivo para a continuidade das tarefas o ideal é requisitar o material didático impresso”, salientou José Catuzo.  Conselho Tutelar é um órgão responsável por defender os direitos da criança e do adolescente contidos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que incluem a Educação Escolar: “não medimos esforços em apoiar e orientar os pais quanto à necessidade do ensino. Confirma-se que a presença do professor é fundamental, pois muitos alunos são desinteressados ou sem estrutura domiciliar para esta nova modalidade de ensino. É fundamental a participação dos pais no sentido de cobrar e incentivar os filhos, pois se assim não fizerem poderão até mesmo responder judicialmente por negligência”, finalizou o Presidente do Conselho Tutelar.

 

Desinteresse pelo ensino remoto

No final de julho, o Datafolha fez um estudo com responsáveis de cerca de 1,5 mil estudantes da rede pública sobre a permanência dos estudantes na escola após a pandemia. Cerca de 31% dos pais relataram medo de que os filhos abandonem os estudos. Foi relatado em mais da metade dos estudantes uma falta de motivação para as atividades em casa. Ao menos 53% relataram desinteresse pelo ensino remoto. Além disso, em outros 61% dos alunos, foi identificada uma dificuldade na manutenção da rotina das atividades em casa. A pesquisa identificou também que apenas um terço dos alunos se dedicou a mais de três horas de estudo por dia. Cerca de 29% dos pais e responsáveis relataram que os filhos mantiveram esse tempo de concentração. Já 82% dos alunos se dedicam a ao menos uma hora diária de estudos. 


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