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Insegurança infantil


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 24/07/2019
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A insegurança infantil vem do medo de fracassar e decepcionar seus pais e cuidadores, é um estado emocional negativo que pode gerar alterações de comportamento social e cognitivo, afetando assim o desenvolvimento saudável da criança.

A criança insegura muitas vezes tem uma baixa autoestima e não confia em seu potencial, acredita ter poucas ou nenhuma habilidade ou qualidade. Se mostra em grande dúvida quando precisa escolher alguma coisa, dificilmente é espontânea, pensa muito antes de falar ou agir com medo de fazer algo errado, impedindo assim de se relacionar com facilidade e fazer amigos. Com isso, tem uma baixa tolerância à frustração, se mostrando muito sensível, costuma chorar com as críticas e desistir nas primeiras tentativas.

Alguns dos comportamentos das crianças inseguras:

• Tem dificuldade em tomar decisões, necessita de constante ajuda;

• Quando realizada alguma atividade escolar ou desenhos apaga várias vezes acreditando não estar bom o suficiente;

• Tem grande medo de errar e prefere não fazer diante da possibilidade de fracasso;

• Baixa tolerância à frustração, chora com frequência ao não conseguir ou a ser criticada;

• Tem baixo rendimento escolar, não consegue realizar as atividades ou provas;

• Altamente dependente, tem pouca autonomia, precisa constantemente da ajuda de um adulto até mesmo nas coisas mais simples;

• Tem dificuldade em fazer amigos;

• Se coloca como incapaz sempre verbalizando negativamente;

• Tem muitos medos impróprios de sua idade ou mais intensos que o natural;

• Pode apresentar dificuldades em dormir sozinhoa.

As crianças podem ser inseguras por diversos motivos, mas o que mais observo é a ligação da autoestima e confiança com a relação com os pais e cuidadores, por exemplo:

- Educação muito severa, autoritária ou superprotetora:

Esses três tipos de educação podem gerar na criança diversos sentimentos e dependência dos pais, seja ela por medo de ser punida ou por falta de autonomia. Quando os pais assumem uma dessas posturas diante da criança mostram que quem decide ou escolhe são eles, gerando assim na criança sentimentos de inferioridade, falta de confiança em si mesma, e baixa autoestima, pois está constantemente sendo colocada como incapaz. 

- Falta de afeto e carinho

Toda criança para se desenvolver de forma saudável precisa se sentir querida, amada e importante para os pais e cuidadores. Por isso desde bebês buscam a aprovação de seus pais, fazendo graça e mostrando o que vem aprendendo. Porém, quando não recebem essa aprovação ou olhar não se sentem seguras, prejudicando assim seu desenvolvimento emocional.

- Comparações constantes entre irmãos e colegas:

Quando a criança é comparada com um irmão ou colega, ela é colocada como inferior ao outro, sentindo assim que não é suficiente para os pais e que não tem qualidades.  Entendendo que para ser aceita e amada deve ser como os outros, gerando um confusão de identidade onde a criança pode não se sentir confortável com quem ela é. 

- Pais inseguros que não assumem seu lugar:

A criança para se desenvolver de forma segura precisa que seus pais assumam seus lugares na criação dos filhos, quando os pais são muito inseguros a ponto de não saber como criar, o que fazer, quando fazer, como fazer, sempre jogando essa responsabilidade para um terceiro isso faz com que a criança não se sinta segura.

Para que as crianças sejam mais seguras precisamos proporcionar a elas um ambiente familiar estável, onde a criança possa se manifestar livremente sem medo de ser punida ou criticada, isso não quer dizer que não devemos orientar a criança sobre o certo e o errado, mas dar a oportunidade de errar sem julgamentos. Precisamos também lhe dar autonomia mostrar que existem coisas que pode e consegue fazer sozinho e que se não conseguir estará tudo bem, podemos dar um apoio, mas não fazer por eles. 

As criações severas e a superprotetoras vêm como uma forma de evitar o sofrimento da criança, mas para que a criança cresça de forma saudável precisam aprender que podem errar e refazer sem problema algum, e que é errando que se aprende. 

 

Luiza Graziela Santos Dias atua como Psicóloga na Policlínica Lavi, em Nova Esperança.

Luiza Graziela Santos Dias


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