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Adultização da criança


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 11/06/2019
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Na sociedade atual é muito comum que vejamos pais se gabando pela maturidade de seus filhos, que estão muito a frente de sua idade, que já não gostam de brincar como crianças, que sabem resolver problemas e se preocupam com a casa e as finanças, cuidam dos irmãos mais novos, verdadeiros minis adultos. Enchem as crianças de atividades extras que são dadas como a preparação para um futuro promissor, pois para a sociedade contemporânea ganha aquele que está mais preparado, pais sedentos por filhos gênios, que competem o tempo todo.

Guiados pela ânsia dos olhares alheios não aceitam o menor defeito, seja qual for a atividade, gênios na escola, atletas espetaculares, bilíngues ou poliglotas. A rotina excessiva de trabalho dos adultos faz com que cobrem demais das crianças. 

Mas não devemos culpar os pais, que na tentativa de proporcionar aos filhos o melhor acabam pecando pelo excesso. E com isso encontramos crianças estressadas, ansiosas e deprimidas. Isso ocorre pois estão imersas na busca incansável por resultados, entrando assim em constante competição, desprovidas das habilidades sociais as crianças não sabem se relacionar de forma adequada. Muito se engana aquele que acredita que incluir a crianças em várias atividades fará ela desenvolver plenamente as relações sociais. Aquele que vive em constante competição não desenvolve a habilidade de respeitar as diferenças, pois não tiveram tempo de desenvolver essas relações na brincadeira. O que a sociedade precisa entender é que a criança precisa brincar, precisa de ócio para se desenvolver, é através da brincadeira que a criança aprende a se relacionar, que aprende a elaborar suas emoções, seus medos, suas frustrações. 

Além do emocional fragilizado e adoecido, a saúde física da criança também é impactada. Acostumadas a reproduzir o comportamento dos adultos e com uma rotina muito corrida, as crianças acabam se alimentando mal. E como resultado, encontramos um número enorme de meninos e meninas que apresentam problemas de saúde, como pressão alta e alteração nas taxas de colesterol.

Mas não é tarde demais para mudar essa realidade, cabe aos pais analisarem o que de fato é essencial para a criança e diminuir suas atividades, proporcionando tempo para brincar e ser criança de forma plena, livre de preocupações que não lhe cabem. A criança deve se preocupar apenas com o brincar, sonhar e imaginar o mundo de forma colorida. A infância dura tão pouco, não deixemos que elas percam o pouco tempo que tem com vivências adultas. O brincar proporciona grandes aprendizados à criança, aprendizados esses que irão contribuir para uma vida adulta saudável.

Luiza Graziela Santos Dias


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