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A palmada educa?


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 30/04/2019
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Quantas vezes você já falou ou pensou “eu já bati, mas não resolveu? ” 

Já perdi as contas de quantas vezes escutei pais na clínica dizendo que já tentaram de tudo, mas os filhos não obedecem. O que nos leva a refletir o que é esse tudo? Esses pais de fato agiram com seus corações ou se deixaram levar pela raiva e impaciência?

Mergulhados nas antigas ideias de que filho bom é filho que teme a seus pais, muitas vezes não conseguem seguir seus corações. 

O fato é que quando a criança apanha seu cérebro passa por um momento de estresse e medo, o que faz com que ela não consiga relacionar o motivo da surra ao que fez, mesmo que no ato de bater berramos seus comportamentos reprováveis. A única coisa que acriança aprende com a surra é que problemas se resolvem através do grito e da força e que para que as pessoas façam o que eles querem devem agir pela violência. 

A criança que apanha tende a ser mais ansiosa, angustiada e medrosa, isso acontece pois onde deveria encontrar um porto seguro, onde poderia encontrar soluções, encontra pais que buscam apenas por obediência. O que muitos pais não entenderam é que muito mais vale o respeito que a obediência. 

É preciso olhar com mais empatia para as crianças, quando crescemos escutamos que é com o erro que aprendemos, mas ninguém permite que a criança erre, pois quando elas erram são severamente punidas. Para que uma criança aprenda algo ela precisa estar livre de fatores estressores. Então se quer que seu filho aprenda com os erros para não os repetir devemos:

- Após o erro da criança, fazer uma pausa respirar fundo e se reconectar com aquilo que quer ensinar, a gritaria e as palmadas são frutos do descontrole emocional dos pais. E como ensinar a criança a controlar seus atos através do descontrole? 

- Utilize das regras e dos combinados, quando algo errado acontecer, reúna a família e tentem achar uma solução juntos, criem regras e combinados que todos os membros da família devem seguir, por exemplo: “nesta casa, não resolvemos problemas no momento de raiva” assim juntos poderão fazer uma pausa e conversar calmamente sobre uma solução.

- Mostre a criança as consequências de seus erros, por exemplo diga: “ você percebe que ao xingar seu irmão, causou sofrimento e magoa? Você gostaria de se sentir assim? ”

- Achem uma solução juntos. Faça com que a criança pense sobre o erro e diga: “o que você acha que podemos fazer para corrigir essa situação? ”. É muito importante que a criança tente chegar em uma solução, isso faz com ela pense e reconheça que quando erramos devemos corrigir nossos erros.

- Não force a criança a pedir desculpas. Isso não faz com ela entenda que errou, só faz com que ela acredite que quando se erra, algumas desculpas resolvem tudo, então fica mais fácil errar, pois uma única palavra irá resolver. 

- Utilize sempre do diálogo, antes de tomar qualquer atitude escute a criança. Quando falo em diálogo, falo em igualdade, se coloque na altura da criança, olhe nos seus olhos e pergunte “O que aconteceu? O que te levou a fazer determinada coisa? O que você sentiu ao fazer isso? O que você está sentindo agora? ” Tente sempre tentar entender a criança primeiro para ajudá-la a entender melhor o motivo de ter errado e como chegar a uma solução.

Pense comigo, se nós adultos muitas vezes não sabemos lidar com nossas emoções, por que devemos esperar que as crianças consigam? Lidar com as emoções é algo muito difícil e deve ser trabalhado desde cedo. Lembre-se, nada acontece de uma hora para outra e se você quer mudar as coisas dentro de sua casa comece agora e com a prática e costume os resultados virão. Você não nasceu sendo quem é, não espere que seu filho seja de uma hora para outra.

Luiza Graziela Santos Dias


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