A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


Refrigerantes Nova Esperança: sabor inigualável que marcou época!


Por: Alex Fernandes França
Data: 03/04/2021
  • Compartilhar:

A tubaína, refrigerante feito de guaraná com sabor de tutti-frutti era envasada em garrafas de vidro retornáveis de 600 ml. As embalagens pet estavam longe de serem utilizadas nesta época. A empresa também fabricava sodinha e o guaraná de 300 mililitros. 

Rótulo Novo Guaraná Nova Esperança que surgiu em substituição ao original, cuja fórmula acabou sendo modificada em 1984. A fábrica de refrigerantes, inaugurada ainda na década de 1950 encerrou suas atividades em 1987

Os mais antigos sem dúvidas vão se lembrar da extinta fábrica de refrigerantes Nova Esperança. Sua história está diretamente ligada ao pioneiro José Cândido Ribeiro, 93 anos, que desembarcou na então Capelinha no dia 06 de dezembro de 1951 (um ano antes da instalação oficial do município de Nova Esperança).

Ele chegou com 24 anos de idade a convite do amigo José Betti, ambos oriundos de Grão Pará, no estado de Santa Catarina.  Naquela época os tempos eram difíceis, pois a industrialização exigia processos manuais. Desta forma começou sua jornada em um barraco coberto de palmito e com o correr dos anos passou a produzir gasosa manualmente. Tal nomenclatura se originou das águas minerais naturalmente gasosas. Algumas décadas depois, surgiu a ideia de acrescentar sabores ao produto: o gengibre teria sido o primeiro, em cerca de 1820. Pois bem, o pioneiro do ramo de refrigerantes da cidade lavava as garrafas uma por uma com chumbinho e entregava o produto final de carriola para os comerciantes locais.

No ano de 1957, Ribeiro transferiu a pequena fábrica para a Rua Presidente Kennedy, esquina com a Lord Lovat onde funcionou por 30 anos até  seu fechamento definitivo em 1987.

 A reportagem da Noroeste Revista conversou com Mário Alberton,  filho do saudoso Aroldo Alberton (1934-1984)  que depois se tornou sócio da empresa. “Meu pai era cunhado do José Candido. Consta que a fábrica pegou fogo. Meu tio então convidou meu pai para integrar a sociedade, pois havia sido contemplado em um consórcio de caminhão e estava com certa quantia de dinheiro para investir. Ele e meu outro tio, Arnaldo Alberton se juntaram para ajudar a reconstruir a fábrica, foi então que eles teriam ficado com 50% da cota e meu tio Zé Cândido com o restante do percentual”, contou Mário Alberton, atualmente residindo em Maringá onde é advogado.

(Ilustrativa) – A fábrica de Refrigerantes Nova Esperança gerou dezenas de empregos e funcionou por 30 anos na região central da cidade

Resgate da memória afetiva

Crianças e jovens de várias partes da cidade e região eram comumente vistos nos arredores da fábrica de refrigerantes Nova Esperança, atraídos, assim como também as abelhas que voavam até o local, pelo cheiro e sabor inigualável do precioso líquido, tido então por muitos como sendo superior às marcas mais famosas do mercado, a exemplo da Coca-Cola e Pepsi.

            As tampinhas da tubaína, sodinha e guaraná eram revestidas em seu interior pelo material conhecido como cortiça, o mesmo utilizado nas rolhas das garrafas de vinho.  Os garotos da época perfuravam a tampa, sem retirá-las e rompiam a cortiça fazendo uso de um prego e martelo. Aquele momento era único, pois bebiam o líquido apenas pelo “furinho” caprichosamente centralizado na circunferência da tampa.  Os refrigerantes eram vendidos em praticamente toda a região, porém, sobretudo nos finais de ano, a população levava seus engradados e adquiriam diretamente da fábrica.  Importante ressaltar que naquela época, consumir refrigerantes em casa era privilégio de poucos e as pessoas organizavam seus orçamentos domésticos para que conseguissem então comprar suas bebidas para serem consumidas no Natal e Ano Novo.

 

O original Guaraná Nova Esperança – sabor inigualável


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.