Exposição “A Venezuela no Paraná” no IFPR Paranavaí
A presente exposição aborda aspectos do processo de interiorização dos refugiados venezuelanos no Brasil, e, no caso em questão, em Goioerê, cidade do interior do Paraná. A acolhida das pessoas se dá pelas Aldeias Infantis S.O.S., através de suporte do projeto federal Brasil sem Fronteiras.
Todavia, cabe destacar alguns elementos motivadores da exposição, que remontam aos anos de 2016, 2017 e 2018.
Tendo em vista que a Venezuela passa por uma grave crise política e humanitária, que toma diariamente os noticiários, nasceu o interesse de pesquisar um pouco das razões de tais mazelas. A minha premissa era (é!) a de que de pouco adianta reproduzir informações sem buscá-las na origem, ou, pelo menos, de buscá-las da forma mais crítica possível, o que implica ler, reler, ouvir e colocar em desconfiança muitos pré-conceitos. A partir disso vários trabalhos surgiram:
• Trabalho de campo em Santa Elena de Uairén (Venezuela), Pacaraima e Boa Vista (cidades de Roraima);
• Parcerias com o Instituto Federal de Roraima (IFRR);
• A mostra fotográfica “Venezuela: uma nação em êxodo”, com 64 imagens;
• A publicação do livro de poemas e fotografias “Entre médicos e imigrantes”, pela Editora CRV;
• Entrevistas para jornais e programas de rádio.
Com o decorrer do trabalho, que rendeu diversas palestras nos estados do Paraná (Londrina, Maringá, Terra Rica, Palmas, dentre outras localidades) e de São Paulo (Garça), recebi a notícia em agosto de 2018 de que a interiorização dos refugiados havia chegado ao Paraná, no caso mais próximo da minha cidade, Paranavaí, ao município de Goioerê.
A partir de então busquei compreender como se dá de forma prática o referido projeto de interiorização, como que a cidade percebe os novos moradores, bem como o cotidiano mais imediato destes. De tal busca resultou uma nova exposição fotográfica, com 20 imagens, acerca dos venezuelanos em Goioerê.
Hannah Arendt dizia que a América é uma terra de imigrantes. Tal afirmação cada vez mais se torna latente, seja porque o Brasil possui diversas nacionalidades em seu solo (japonesa, chinesa, alemã, italiana, portuguesa, angolana, moçambicana), seja pelo fato de que também acolhe pessoas latino-americanas (o que não é de hoje). Por essas razões, é sempre importante pensar que a humanidade não pode ser dividida, e que momentos de crise e de dificuldades não devem servir a catástrofes e a discursos de ódio, mas devem servir à empatia.
Período da exposição: 02/04 a 16/04/2019
Local: Biblioteca do IFPR Campus Paranavaí
Horário: 07h40 às 22h
Por: Prof. Dr. Felipe Figueira | Professor no IFPR Campus Paranavaí
Email: felipe.figueira@ifpr.edu.br