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Cidadania e Educação em Tempos de Pandemia


Por: Sérgio Inácio Gomes
Data: 21/09/2021
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Talvez um dos efeitos mais preocupantes no mundo todo relacionado ao período da atual pandemia pela covid-19 esteja relacionado à educação. Todos nós, professores, alunos e familiares temos o mesmo desejo em comum de poder retornar às nossas salas de aula, olhar nos olhos de nossos alunos e perceber a importância da relação professor-aluno de forma presencial no processo ensino-aprendizagem.

Muitas são as saudades que angustiam nossos corações, das conversas paralelas entre alunos e das broncas cabíveis ou incabíveis, que às vezes também expressamos pelos excessos de turbulências ou ruídos na sala de aula, mas sempre com um propósito e um desafio em mente, que é a educação.

Porém, os anseios e a preocupação com uma educação que seja de fato libertadora, não pode ficar restrita aos limites físicos impostos por uma sala de aula, especialmente nesses tempos de pandemia. É preciso extrapolar nossos limites e espaços de atuação. É preciso interagir não apenas com nossos alunos, mas interagir com a comunidade externa.

Em especial numa ocasião em que, por força das circunstâncias e pela segurança nossa e de nossos alunos, nos privamos de nossa presença física nas costumeiras salas de aulas. 

Com esses anseios e preocupações em mente, inauguro, com este artigo, minha participação nesse veículo comunicação com a comunidade de Nova Esperança e toda a região de abrangência do Jornal Noroeste.

O propósito desta coluna a que estamos iniciando nesta data, é o de compartilhar anseios e desejos enquanto educador, que todos nós professores, devemos ter e ser.

A educação é, antes de tudo, um instrumento de conscientização social e comunitária. Não é apenas e tão somente, uma necessidade exclusiva de nossos filhos e netos, das crianças e jovens, mas sim uma necessidade de todos nós em uma comunidade. Afinal é com a educação que se constrói a cidadania, que consiste em sermos cidadãos e cidadãs desse país tão desorientado, que é o Brasil.

A educação dialoga com a construção da consciência para a convivência saudável na comunidade, e essa é a ferramenta mais importante na construção da cidadania. É com espírito de cidadania ativa e pró-ativa que se constrói um país justo e soberano.

Eu diria que muito das mazelas do Brasil se deve justamente pela ausência de cidadania. A falta de cidadania é muitas vezes um reflexo do medo ou receios em se comunicar ou de se expressar na comunidade. Precisamos compartilhar nossos sonhos e nossos anseios com nossos semelhantes.

Não é meu desejo que tudo o que eu escrever nessa coluna seja compreendido e seja consenso na opinião com todos os leitores. Afinal a divergência de opinião também é muito salutar.

Somos uma sociedade profundamente preconceituosa e desigual. A justiça social só pode construída a partir da consciência acerca de nossos próprios preconceitos.

Nossos comportamentos denunciam nossos preconceitos e, muitas vezes, temos comportamentos discriminatórios, que julgamos normais. Em nossos conceitos muitas vezes nem percebemos os tratamentos diferenciados e muito corriqueiros que são verificados no dia-a-dia de nossa sociedade.

É o famoso ditado popular que diz “dois pesos e duas medidas”. Nos esquecemos de que todos somos iguais diante da lei. Quer dizer, todos deveríamos ser iguais diante da lei, porque na prática, a Lei “não” é para todos.

Esse é o sentido dos artigos que pretendo explorar nessa coluna com alguns temas que são prioritários, tais como questões do setor energético, que é a minha área de atuação profissional, mas sem deixar de tratar de muitos assuntos de aspectos comportamentais, a exemplo de preconceitos de diversas naturezas, que muitas vezes nem nós mesmos temos plena consciência deles.

No Campus de Paranavaí do IFPR temos diversos projetos de estudos sendo realizados. Entre esses diversos projetos, temos muitas questões técnicas interessantes, mas temos também estudos sobre questões comportamentais, a exemplo do preconceito racial e suas raízes, as quais precisam ser profundamente estudados e compreendidos para serem superados.

Enfim, é com essa diversidade de temas e propósitos que estamos aqui.

Sérgio Inácio Gomes


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