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Comércio já sente os impactos do coronavírus


Por: Alex Fernandes França
Data: 20/03/2020
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Comerciantes relataram queda nas vendas, por consequência das medidas seguidas pela população para prevenir a propagação da epidemia, que inclui a menor circulação das pessoas em ambientes públicos.

Uma grande preocupação por parte dos comerciantes de Nova Esperança é, atualmente, a propagação e a contaminação pelo Covid – 19, popularmente chamado de Coronavírus, cujas medidas adotadas visando sua contenção vêm impactando diretamente nas vendas, sobretudo no varejo. 

De acordo com o Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Nova Esperança, Paulo Oliveira, tal impacto negativo já foi sentido no último fim de semana, por ocasião da Feira Ponta de Estoque acontecida na cidade. “Percebemos o quanto as pessoas estão ressabiadas quanto a sair de suas casas, tomando muito cuidado e a Feira foi um demonstrativo disso.  A presença do público foi muito abaixo do esperado. Consideramos uma movimentação de pessoas em torno de 50% a menos com relação ao mesmo período de 2019”, explicou. Na condição de comerciante do ramo de materiais de construções, Paulo Oliveira disse que o quadro é o mesmo. “Até semana passada o movimento estava normal, porém após a publicação dos decretos por parte das autoridades constituídas onde várias determinações foram expedidas, o público se apavorou, aumentando os cuidados e a preocupação quanto ao Coronavírus. Esta semana o movimento caiu cerca de 50%, o que é muito preocupante”, relatou.

O baque sentido pelos comerciantes é resultado das medidas seguidas pela população para prevenir a propagação da epidemia, que inclui a menor circulação das pessoas em ambientes públicos. “Nota-se uma retração forte. Daqui para frente esse quadro poderá se alterar de acordo com novas medidas a serem adotadas”, disse, visivelmente preocupado, o Presidente da Associação Comercial. 

A reportagem saiu às ruas e conversou com alguns comerciantes que relataram um clima de incerteza e até de medo com relação ao avanço da doença e suas eventuais consequências. Até segunda-feira (16/03), o Coronavírus estava presente em 145 países ou territórios e já soma 7 mil mortes -em 43 países - e mais de 180 mil infectados, conforme divulgação feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os prejuízos para a economia ainda não são possíveis de se calcular, mas existe a preocupação de que se a pandemia não for dominada, de modo a se evitar a ruptura da cadeia global de suprimentos até o final de março, os prejuízos serão desastrosos. Muitos consumidores, temerosos de que venham faltar mercadorias nos Supermercados estão antecipando suas compras e elevando seus estoques, assim como ocorrera por ocasião da greve dos caminhoneiros. Essa corrida desenfreada poderá fazer com que os preços das mercadorias se elevem, caso os atravessadores se aproveitem desta situação (lei da oferta/procura).

Muitas epidemias, ao longo da história, foram capazes de provocar gigantescos estragos à humanidade, tais como a Peste Negra na Idade Média, o Cólera no Século XIX, a Tuberculose na primeira metade do século XX, a Gripe Espanhola em 1918 e 1979, incluindo-se nesta lista, entre outras doenças como o Sarampo, que fez aproximadamente 6 milhões de mortos até o ano de 1963 e que, após a doença ter sido erradicada, novos casos foram confirmados agora no ano de 2020. Com a globalização, as notícias atualmente chegam de forma mais veloz e o caos rapidamente se instala.  O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou esta semana uma série de medidas que estão sendo adotadas pelo Estado para reforçar os cuidados contra a proliferação do coronavírus no Paraná. O decreto estadual assinado nesta segunda-feira (16) é focado na prevenção e busca atenuar a disseminação da doença, diminuindo a circulação de pessoas e evitando aglomerações.

Entre as ações, ficou definido que as aulas na rede estadual de ensino do Paraná serão paralisadas por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira (20). Até lá, serão feitas campanhas educativas e de orientação com os mais de 1 milhão de alunos que passam pelas 2,1 mil escolas. O mesmo vale para as universidades estaduais.

Ficam suspensos os eventos públicos promovidos pelo Estado com reunião de público acima de 50 pessoas. A determinação começou a valer nesta segunda-feira (16). O governo orienta que as entidades religiosas façam a adesão a esta medida.

Outra medida é o fechamento de museus, bibliotecas, teatros e centros culturais do Estado do Paraná por tempo indeterminado. Fica suspensa ainda as visitas em hospitais, penitenciárias e centros de socioeducação.


Anuncie com Jornal Noroeste
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