É possível se casar com alguém com ideologia política diferente da sua?
“Os opostos se atraem" é uma frase muito citada e conhecida por todos nós, mas será que ela se encaixa quando falamos de ideologias políticas opostas em um relacionamento? O celebrante de casamentos Marco Aurélio Nogueira mostra como os casais podem caminhar juntos, mesmo com opiniões divergentes sobre este assunto.
Os últimos tempos não estão fáceis. A sociedade vive um momento de tensão mundial, onde os valores da humanidade estão sendo colocados em xeque. Atualmente, nenhum ser humano se vê capaz de fugir de um posicionamento ideológico diante dos conflitos nos campos de batalha, nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp. Amigos de longa data já não se falam mais, almoços em família têm um sabor amargo e até quem não partilha do mesmo fervor sente receio em dar uma opinião neutra e ser taxado de não partidário.
Diante de tantas desavenças, vale a pena refletir: é possível se casar com alguém com ideologia política diferente da sua? O celebrante de casamentos Marco Aurélio Nogueira explica que, primeiramente, “a filosofia política de fato importa e, consequentemente, a política em si é algo que afeta a vida de todos. No entanto, a briga partidária pelo controle temporário do aparato estatal é menos importante do que as contendas eleitorais nos fazem crer”, reforça.
O celebrante ressalta que “você pode estar sendo facilmente manipulado por políticos, ideólogos e intelectuais. Mas uma história de amor é preciosa demais para ser descartadas por razões temporárias”. Por isso, ele lamenta que “a política cause divisões permanentes, e de uma maneira tão desnecessária acabando com relacionamento que penduram há anos.
Marco Aurélio Nogueira lembra que “a política é um sistema que busca dividir as pessoas para mais facilmente dominá-las. Permitir que ela fundamentalmente influencie algo tão importante quanto um namoro, noivado ou casamento significa conceder a vitória efetiva a ignorância”.
“Vejo como uma atitude sem sentido expulsar alguém da sua vida só por causa de diferenças ideológicas”. Para o celebrante de casamentos, as razões para isso são: “Ao se isolar e negar a si mesmo acesso a diferentes pontos de vista, você corre o risco de se isolar de um crítico que pode ensinar a você algo que você ainda não sabe. Pode ser sobre qualquer coisa da vida, mas talvez até mesmo sobre este assunto. Fechar a porta para eventuais informações importantes não é uma atitude sensata”, salienta. Segundo, “conversar com pessoas com opiniões opostas é uma boa maneira de você treinar a manter a calma, a raciocinar rápido, a falar com fluência e segurança, e a conversar de maneira civil e educada, sempre se direcionando ao interlocutor de uma maneira que possa fazê-lo pensar”.
Outro atitude reprovada pelo celebrante é quando a pessoa “segue as ideias de um político, ou mesmo de um partido até o ponto de afetar seu relacionamento com pessoas que você ama”. Uma das grandes tragédias da política, ele lamenta, “ é que ela é capaz de transformar pessoas que, na vida real, seriam pacíficas, leais e grandes amigas em inimigas amargas e rancorosas”.
Isso é algo que realmente deveria ser mais refletido, argumenta o celebrante de casamentos: “Cada um de nós é um ser humano com sentimentos, esperanças, sonhos e desejos de viver uma vida bem vivida, cada indivíduo, independentemente de sua raça, religião, identidade de gênero, opção sexual ou ideologia quer isso. E a política não deveria interferir em nada disso, muito menos em um relacionamento de um casal”, completa.
Aconselhando os novos casais, o celebrante acredita que “se o desejo é por um mundo mais pacífico e de mais compreensão, uma maneira de ajudar a criá-lo é viver como se tal mundo já existisse. Acima de tudo, isso significa jamais deixar a questão ideológica interferir nas relações humanas. As relações humanas, e não a política, são o nosso verdadeiro tesouro. O respeito impera, pois o amor está acima de qualquer posição partidária”, finaliza. MF Press Global
(MF Press Global) O celebrante de casamentos Marco Aurélio Nogueira explica que, primeiramente, “a filosofia política de fato importa e, consequentemente, a política em si é algo que afeta a vida de todos. No entanto, a briga partidária pelo controle temporário do aparato estatal é menos importante do que as contendas eleitorais nos fazem crer”, reforça