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A corrupção é uma velha inimiga do povo brasileiro, mas aprendemos a conviver com ela quase sem protestar, como se fosse algo intrínseco da nossa cultura e impossível de mudar. Nos considerávamos impotentes frente aos desmandos dos poderosos e por isso nos conformávamos com uma realidade cruel e odiosa.

Nossa inércia levou muitos agentes públicos a pensar que tem uma superioridade sobre os demais cidadãos, em face do cargo que ocupa e por isso merece usufruir de altos salários e regalias decorrentes do poder que pensam deter.

Podemos dar um exemplo clássico desse comportamento, quando vimos o STF licitar produtos gastronômicos de grande valor, como lagostas, vinhos premiados e outros produtos da alta gastronomia e, mesmo diante do clamor social para que recuassem nesse intento e de uma decisão judicial impedindo essa compra, recorreram à próxima instância e, sem qualquer consideração com a opinião dos cidadãos que bancam todo esse luxo, concretizaram a compra. E o que aconteceu com esses agentes públicos? Absolutamente nada e a opinião pública se calou. 

Porém, o mesmo fim não teve um Ministro francês, que diante da descoberta que havia organizado com dinheiro público jantares luxuosos, com lagosta, vinhos e champanhes caras, acabou por se demitir em face da pressão popular. Isso mostra a diferença cultural e o diferente nível de amadurecimento da democracia no Brasil e na França.

Agora, quando o Congresso Nacional está discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, alguns partidos querem aumentar o Fundo Partidário que, diga-se de passagem deveria ser extinto, dos atuais valores de 1,7 bilhão para 3,7 bilhões de reais. Porém, mesmo diante dessa nova afronta e da manutenção dos privilégios que gozam, como o pagamento de moradia, passagens aéreas, vale terno e tantos outros gastos indevidos do dinheiro público, uma parte da população ainda se mantem inerte.

A Lava Jato, que vem combatendo o crime organizado, que desviou trilhões de reais do nosso dinheiro chamado de público, desmontando a maior rede organizada de corrupção existente e que já recuperou bilhões de reais para a Petrobrás e para o erário, foi atacada por rackers e está sofrendo uma tentativa de descredibilidade por parte de apoiadores desses corruptos presos ou prestes a ser e, embora exista quem apoie esse crime ou simplesmente se cala diante dele ou coloca em dúvida esse trabalho que vem transformando o país, a maioria do povo brasileiro continua defendendo essa operação e dando a ela toda a credibilidade que merece. 

O povo brasileiro está amadurecendo e mudando a forma de ser cidadão. Estamos passando por um momento ímpar na história do Brasil, pois transformações sem precedentes estão acontecendo por causa do apoio e clamor popular, já que a maioria da população não aceita mais retrocessos no combate à corrupção e defende a operação Lava Jato.

Já entendemos que a educação de baixa qualidade que nossos filhos recebem, o tratamento precário no sistema de saúde pública, a falta de segurança que vem matando tantos de nós e usurpando nossos bens conquistados com muito trabalho, assim como a falta de emprego para que os pais possam sustentar dignamente seus filhos e a dificuldade em manter aberta a nossa empresa, está intimamente ligada à corrupção e aos privilégios do setor público. 

Só falta entender que podemos fazer mais e temos ferramentas jurídicas para fazer o controle social do setor público, pois isso faz toda a diferença, basta nos prontificar a prestar um serviço voluntário com a disposição de quem realmente se importa e sabe que fazendo a sua parte tudo pode melhorar. Depende de cada um de nós.

Ângela Contin Jordão


Anuncie com Jornal Noroeste
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