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Sétima Arte - Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 10/07/2020
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Esse período de reclusão social, em que as estreias, mesmo no streaming, estão se tornando cada vez mais escassas fez com que eu reduzisse o número de gêneros abordados semanalmente aqui na Coluna. Já faz uns dias que não comento sobre Comédias, diante disso, resolvi abordar nessa edição um besteirol bastante inusitado, mas que vale a pena ser visto. A Netflix estreou há alguns dias uma comédia original que possivelmente iria passar despercebida para um grande número de assinantes por dois motivos: o título não parece nome de filme e o pôster também remete a isso. Sobre Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (que nome longo!) você vai ficar bem informado essa semana.

Antes de falar do filme, é preciso conceituar sobre o que ele se trata, já que nós, aqui do outro lado do Atlântico, não estamos muito habituados ao Festival que dá nome à trama. O Eurovision é um Concurso de Música que acontece desde 1956 e que conta com representantes de todos os países da Europa, mais a Austrália (desde 2015) e que faz um grande sucesso, principalmente na TV. Ele foi responsável por lançar ao estrelato grandes nomes, como por exemplo o grupo ABBA, ainda nos anos 1970. Outra curiosidade é que o país do qual veio o ganhador do Festival num ano, automaticamente sediará o Festival no ano seguinte. Há quem diga que o Festival é uma brisa do passado que insiste em permanecer, já que tem um quê de brega/vintage misturado com muita extravagância, mas na verdade ele se mantém como algo extremamente popular em terras europeias alcançando audiências gigantescas pela TV.

Fã de carteirinha desse Festival, o comediante americano Will Ferrel decidiu manifestar todo o seu apreço por ele fazendo o que faz de melhor, comédia no estilo pastelão. Ferrel escreveu o roteiro juntamente com Andrew Steele e conseguiu fazer com que a história surpreendesse na medida certa, unindo de forma agradável o impossível com o aceitável. Um feito e tanto, já que o filme tem a aprovação do próprio Festival. O roteiro constrói a comédia sem desmerecer a seriedade do Concurso em si, servindo tanto como sátira, quanto homenagem. Ferrel já havia estrelado outros filmes que caminhavam nessa mesma direção como, por exemplo, Deslizando para a Glória, de 2007, mas no filme em questão, percebe-se uma trama com muito mais coração.

A direção ficou a cargo de David Dobkin, que explorou de maneira positiva as belezas naturais da Islândia e também a cidade de Edimburgo, na Escócia. Mesmo sendo um filme longo, o diretor conseguiu conferir um bom ritmo à trama e talvez seu maior defeito seja apenas o subdesenvolvimento dos personagens principais. Seria o caso de, talvez, trabalhar um pouco melhor a infância e a adolescência da dupla central para que o drama familiar de cada um desse mais peso e profundidade à busca pela tão sonhada vitória e fama.

O elenco ostenta, além de Will Ferrel, nomes como Pierce Brosnan, Natasia Demetriu e até mesmo a estrela do pop Demi Lovato, mas quem realmente brilha é Rachel McAdams. Ela é a cara do filme e dá vida a ele. Interessante que, por mais que a história gire em torno do personagem de Ferrel, Rachel McAdams cresce exponencialmente e isso acontece porque ele tem maturidade suficiente em cena para dar espaço a ela, deixando que isso aconteça.  Outro que surpreende no filme é Dan Stevens, famoso por Downtown Abbey, ele está hilário ao interpretar um caricato superstar russo.

Vamos à trama! No Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars, os aspirantes a músicos Lars e Sigrit conseguem a oportunidade de representar seu país na maior competição de músicas do mundo, a The Eurovision Song Contest. Eles finalmente possuem a chance de provar que os sonhos valem a pena.

Por que ver esse filme? Primeiro porque o público em geral terá a oportunidade de conhecer pelo menos um pouquinho do Eurovision justamente no ano em que ele não foi realizado por causa da Pandemia de Covid-19. Segundo, porque mesmo que você não goste de comédia, ele vale a pena como musical. As canções originais emocionam na medida certa e um pout-pourri composto pelos sucesssos Believe, I gotta feeling, Waterloo e Ray of light, cantado por várias estrelas reveladas pelo Festival, é realmente empolgante. Além disso, a história aborda de forma divertida os sonhos e as superações da vida. Um filme família, feito para divertir. Boa sessão! 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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