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Sétima Arte - Creed 2, A Favorita e Green Book: O Guia


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 01/02/2019
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Decididamente essa é hora certa para ir ao cinema. Aproveitando o fim das férias e a intensa corrida para o Oscar 2019, as salas de projeção exibem alguns dos melhores filmes desse início de ano. Sem perder tempo, A Coluna Sétima Arte não irá comentar hoje apenas sobre um filme, mas sobre três dos principais lançamentos da temporada, um blockbuster e dois indicados ao Oscar 2019. Hoje você fica muito bem informado sobre Creed 2, A Favorita e Green Book: O Guia, todos acessíveis em cinemas das região.

Vamos começar com o mais pop dos três, Creed 2. O filme traz de volta Adonis Creed, papel de Michael B. Jordan, o jovem lutador que saiu mais forte do que nunca de sua luta contra 'Pretty' Ricky Conlan. Agora ele segue sua trajetória rumo ao campeonato mundial de boxe, contra toda a desconfiança que acompanha a sombra de seu pai e com o apoio do bom e velho Rocky, papel de Sylvester Stallone. Nessa história sua próxima luta não será tão simples, pois ele precisa enfrentar um adversário que possui uma forte ligação com o passado de sua família, algo que torna tudo ainda mais complexo.

Depois do sucesso absoluto de Creed: Nascido para Lutar, de 2015, uma sequência já era mais do que aguardada. Ao chegar, ela ganhou a direção de Steven Caple Jr. A responsabilidade dele nesse filme era de desenvolver e aprofundar a relação estabelecida no filme anterior entre Rocky e Adonis e, mais que isso, dar impulso para que Adonis caminhe com suas próprias pernas e defina seu destino.

É nostálgico acompanhar os embates de Rocky e Drago fora dos ringues de luta, pois a luta em si fica por conta de Adonis e Victor Drago. A trama vem embalada pelas questões existenciais e contemplativas, dando muito mais profundidade a essa sequência. Um drama de primeira, que não se resume apenas a um filme de luta, mas aos questionamentos humanos mais essenciais, que colocam em prova a verdadeira razão de ser. Uma obra bastante paradoxal, pois tem uma trama simples e conhecida, mas cheia de complexidades próprias da vida. Sem heróis ou vilões, esse é um filme para ser realmente apreciado.

Já o indicado ao Oscar, A Favorita, é um drama histórico que tem por base acontecimentos reais. Em sua trama, que se passa na Inglaterra do século XVIII, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough, papel de Rachel Weisz, exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana, interpretada por Olivia Colman. Seu posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail, que conta com a interpretação de Emma Stone, a nova criada, que rapidamente se torna a queridinha da majestade e agarra com unhas e dentes a oportunidade que tem à sua frente.

Um filme bastante ambicioso dirigido por Yorgos Lanthimos que, em sua história, não economiza nada sobre o luxo e os modos da corte inglesa. Ele não se acanha em utilizar a desculpa da liberdade artística para construir uma história inverossímil com base em fatos, mas indiscutivelmente ele honra de forma grandiosa o período histórico a que se propõem, enchendo os olhos do público.

Construído com ares de história da vida privada, A Favorita é um deleite que mescla o drama e o cômico do cotidiano da corte inglesa com muita ambição e crueldade. Um filme interessante e demasiadamente humano. Não foi por acaso que recebeu tantas indicações ao Oscar.

Por fim, também está em cartaz um outro queridinho das premiações desse início de ano, Green Book: O Guia. Um roadmovie divertido e emocionante. Se você já tiver uma certa idade, com certeza deve ter visto o clássico Conduzindo Miss Daisy, de 1989 (ele já passou várias vezes na TV aberta, impossível que alguém com mais de trinta anos não tenha visto). Se você já viu essa obra, que conquistou merecidamente o Oscar de Melhor Filme em 1990, vai perceber uma grande similaridade entre os dois. Mas, diferente do primeiro, Green Book: O Guia é um tipo de cinebiografia, por isso também baseado em fatos.

A trama se passa no ano de 1962, uma época difícil para qualquer afro-descendente que precisasse viajar pelo Sul dos Estados Unidos da América. O preconceito e a segregação nessa época e nessa região eram tamanhos que o risco de morte, linchamento ou algo parecido era constante e iminente. Nesse contexto, um carteiro chamado Victor Hugo Green cria um livro com uma lista de restaurantes e hotéis que aceitavam afro-descendentes. O livro era conhecido como Green Book e é daí que vem o título do filme.

Com um Green Book para ajudá-lo, o brucutu ítalo-americano Tony Lip, interpretado por um irreconhecível e gordo Viggo Mortensen, aceita o trabalho de ser motorista do mundialmente famoso pianista negro Dr. Don Shirley, papel de Mahershala Ali, e sai em turnê com ele. Durante a viagem os dois vencem seus preconceitos, evoluem e criam uma amizade improvável, um vínculo que cresce à medida que eles ganham a estrada.

Talvez, a maior surpresa de todas nesse filme seja o seu diretor, Peter Farrelly, conhecido do público por filmes de sucesso, mas altamente irrelevantes, como Débi e Lóide ou Quem Vai Ficar com Mary? ele entrega agora ao público sua obra prima. Uma história pesada, com alto teor racista, mas que subverte a ordem das coisas, colocando o negro como patrão e o branco como subordinado. Farrely apresenta um filme para pensar, mas que diverte na mesma medida. Mais do que uma história que deve ser apreciada no cinema, essa é uma verdadeira lição de vida. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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