Projetando na Pós-Pandemia
A pandemia do coronavírus ainda não deu descanso e vem batendo recordes diários de vítimas e diagnósticos confirmados. Historicamente, momentos de instabilidade mundial relacionados à saúde influenciaram a construção civil.
Na Idade Média, por exemplo, a peste bubônica modificou a forma de projetar. Naquela época, as edificações não possuíam entrada da luz solar, sendo, em geral, escuras e úmidas. Além disso, as ruas eram muito estreitas, implicando na proximidade das edificações e, consequentemente, facilitando o contágio. Logo após a disseminação da doença, bem como a identificação da influência do planejamento dos espaços, houve um avanço no modo de construir para que as edificações pudessem receber melhor iluminação natural e dimensões adequadas.
No mundo pós Covid-19, os principais pivôs apontados por especialistas são os materiais e revestimentos rugosos de difícil limpeza e a má higienização pessoal ao entrar em ambientes coletivos, seja na própria casa ou no trabalho.
Sobre os materiais rugosos o seu uso e manutenção devem ser questionados e, se possível, evitados. Ponderar sobre a higienização dos materiais no projeto deve ser pré-requisito! Além do mais, deve-se questionar sobre projetar os ambientes de transição. Esses ambientes são fundamentais para separar o ambiente externo, no qual as pessoas estão suscetíveis às doenças, do ambiente interno.
A utilização dos ambientes de transição já é uma realidade tradicional em alguns países, como por exemplo o Japão, lá os moradores e visitantes podem retirar seus sapatos e utilizar um limpo que já estava reservado exatamente para isso, além de deixar bolsas e casacos separados dos outros ambientes. Um ato simples e bem pensado (milenarmente) pode diminuir a propagação do vírus.
Embora o futuro seja incerto, com expectativa de medidas ainda mais rígidas, um olhar histórico sobre a influência da construção em períodos críticos é essencial. E a sua aplicação nos projetos é indiscutível!
Vocês já haviam pensado como uma edificação pode colaborar na proliferação de uma doença ?! Não deixem de nos seguir nas redes sociais, seu feedback é muito importante!