Opinião do Blog

Bolsonaro afirma que o Brasil é um país "ingovernável" sem "os conchavos"

Depois de publicar um texto nas redes sociais, sexta, dia 17 de maio, em que diz que o Brasil é um país "ingovernável"  sem "os conchavos", que ele se recusa a fazer, o presidente Jair Bolsonaro está convocando a população para uma grande passeata (dia 26 de maio), em apoio aos seus projetos e ajudá-lo de vez  a mudar o futuro do país. O texto diz ainda que o governo está proibido de atuar por não concordar com os interesses das corporações. As declarações de Bolsonaro tiveram repercussão imediata por  membros do governo, parlamentares, virando temas na internet.  Os comentários  foram  os  mais variados e as interpretações acabaram gerando muitas expectativas, inclusive de implantar uma ditadura militar.   Entre outras interpretações, a renúncia de Bolsonaro, por ele ter seguido a pior estratégia de um presidente do Brasil: atacar o Congresso Nacional  (do qual ele fez parte  durante 28 anos como deputado federal e  nada fez),  o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar sair da cordas,  no pior momento de seu governo. Muitos políticos, jornalistas, duvidam que Bolsonaro sabe o que quer dizer a palavra democracia, pois as suas atitudes  e palavreados  grosseiros, como aconteceu contra estudantes, professores, reitores, diretores, funcionários das universidades e institutos federais no dia 15 de maio último,  não são compatíveis com um  cidadão democrata. Qualquer pessoa que exerça um cargo público ou não, estará sempre sujeito a críticas, pois nunca irá agradar a todos. Bolsonaro precisa conhecer  a ciência política, a história, a sociologia, a filosofia, para que ele possa continuar exercendo o  cargo de  tamanha magnitude como o de presidente do  Brasil. Caso insista em ficar agredindo aliados e adversários com um palavreado tosco, falar uma coisa de manhã e depois mudar o seu comportamento a tarde,  seus dias na presidência da República estarão contados.

Congresso isola o presidente Bolsonaro e toma frente de agenda de votações

Depois de ter falado uma montoeira de imbecilidade contra o Congresso Nacional, sem o qual nenhum presidente governa e,  embalado por um protagonismo, o Congresso Nacional irá tomar a frente das votações  em uma demonstração que a classe política não será um obstáculo para a superação da crise, enquanto o presidente Jair Bolsonaro tenta jogar a responsabilidade de parte do problema no colo dos parlamentares. Tendo o presidente da Câmara, Tendo Rodrigo Maia como principal articulador,  parlamentares simpáticos ao governo, assim como o chamado Centrão e ainda a oposição, apostam que a Câmara dará mostras de sua vontade de fazer o país andar, ainda que em uma direção independente do governo. A tendência é que deputados mobilizem esta semana para votarem medidas provisórias que estão nas pauta. Pelo menos temporariamente, Centrão e oposição  poderão estar juntos, devendo refletir um grande desconforto para o presidente. Evidentemente, a medida que for ficando isolado do processo político, com a maior cara de pau, Bolsonaro tentará uma reaproximação com o parlamento.

Coisas do Cotidiano

• Distrito de Barão de Lucena pede socorro - Em conseqüência da proliferação exagerada do mosquito da dengue no distrito, o número de casos da doença vem aumentando de maneira galopante. Moradores estão preocupadíssimos com a situação e pedem  providências urgentes aos responsáveis do município;

• Em queda livre - 36,2% da população considera a gestão Jair Bolsonaro de "ruim" ou "péssima", enquanto que 28,6% avalia como" ótima" ou "boa, mostrando que a  desaprovação  de Bolsonaro aumentou 5% em relação a última pesquisa. Dados divulgados pelo jornal espanhol El País;

• Jornalista Miriam Leitão disse: o fato é simples, "Bolsonaro não sabe governar";

• João Dória (PSDB), governador de São Paulo, que juntamente com o seu partido, cansou de bater em Lula, Dilma e PT. Agora, ele está copiando tim-tim por tim-tim as ideias do PT para que São Paulo volte a crescer. Como diz a deputada Janaina Paschoal, ainda no PSL-SP; "PT voltará ao poder"; 

• Deputado Federal Major Victor Hugo (PSL), líder do governo na Câmara, foi expulso de uma reunião por Rodrigo Maia. O motivo foi que o Major Vitor Hugo publicou uma charge de uma pessoa chegando ao Congresso com um saco cheio de dinheiro na cabeça escrito: "é para o diálogo"; 

• "Brasil, um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política", disse o presidente Bolsonaro; 

• Juiz Paulo Antonio de Carvalho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, recebeu R$ 762 mil na folha de pagamento de abril, sendo R$ 725 mil a título de "remuneração eventual", que significa "férias-prêmio" e outros benefícios acumulados ao longo da carreira de juiz que teria recusado promoções para não abandonar  a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), que ele mesmo criou. Esta informação foi divulgada pelo jornal o Estado de  Paulo, do dia 22 último. Que você acha disso? Você acha que esse juiz e a Justiça querem reforma da Previdência na classe? Você que tem uma profissão estável já recebeu uma tamanha bolada de "férias-prêmio" e outros benefícios? Realmente, "este país é uma vergonha", como disse recentemente o cantor Martinho da Vila, em Paris;

• Ex prefeito de Londres, King Livingstone,  afirma que Lula foi o melhor líder do Brasil;

• Deputada Janaina Paschoal (PSL-SP), Kim Kataguiri, Arthur e o vice Mourão,  foram chamados de comunistas, esquerdistas,  pelos bolsonaristas.  Janaina que está deixando o PSL disse: "os bolsonaristas  são "burros", não  gostam de leitura, não estudam  e que  o  PT  vai  voltar a governar este país". Por tais declarações, Janaina foi agredida; 

• Jornal O Globo, de 21 de setembro, fala exatamente o que comentamos na opinião do blog desta edição. Está passando da hora de Bolsonaro mudar as suas atitudes ideológicas e agir como presidente do Brasil, o que todos nós queremos. Não podemos esquecer das forças de  comunicação da família Marinho, que foram decisivas na queda de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Fique atento Bolsonaro;

• Assembleia Legislativa do Paraná aprovou que  não aceitará novos pedidos de aposentadoria para ex governadores. Com isso, já ficou complicada a situação da ex governadora Cida Borghetti, que quer a referida aposentadoria;

• O cantor Chico Buarque de Hollanda vence o prêmio Camões de Literatura;

• Guilherme Boulos  - Bolsonaro investe 37 milhões em publicidade e corta na educação, ainda sobre Boulos, coordenador do MTST, ele foi proibido de fazer uma palestra e debater com os estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre a Reforma da Previdência,  pelo reitor Benedito Guimarães  Aguiar Neto. A palestra e o debate  foram mantidos, mas saíram na rua;

• Mais Armas, Mais Crimes. A teoria do cidadão bem armado foi derrubada. Depois de 37 anos de pesquisas, um grupo norte-americano de estudiosos sobre o assunto concluiu que "o porte de arma contribui para o aumento da criminalidade." E agora Bolsonaro?

• A partir de agora, empresas de capital 100% estrangeiras poderão voar dentro do Brasil, disputando mercado com companhias brasileiras. A Air Europa, grupo espanhol, será  a primeira a operar no Brasil. Também foi aprovada a volta da bagagem gratuita;

• Estudantes são  agredidos e impedidos de falar em audiência na Câmara sobre a greve do dia 15 último;

• "Violência se combate distribuindo educação e emprego, não armas." (Lula).

7 em cada 10  estudantes das universidades  federais são de baixa renda

Estudantes com renda familiar per capta de até  R$ 1.431, cerca de um salário mínimo e meio, representa 70,21% dos alunos de universidades federais, segundo a  Associação Nacional dos Dirigente das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). O referido   levantamento mostra ainda que  de 2003 até 2018, principalmente nos governos dos petistas  Lula e Dilma, subiu 42,8% o número de estudantes nas federais, beneficiados pela criação do sistema de cotas que impulsionou a inclusão. Esta pesquisa foi feita em 63 universidades federais e instituições também federais em todas as regiões do país. Com 50% das vagas para o sistema público e reservas de vagas para indígenas, pretos e pardos, contribuíram para que 51,2%  dos estudantes das referidas universidades e institutos fossem constituídos de negros e pardos. Os brancos constituem 43,3%. O número de mulheres é maioria com 54.6% do total de estudantes. A maioria dos estudantes vieram de famílias em que os pais estudaram no máximo o Ensino Médio. Todos esses dados desmistificam a tese do governo federal de Bolsonaro  ao afirmar que as universidades federais do país  são cursadas por  estudantes de elite.

Os riscos que Bolsonaro poderá ter com movimentos de rua

Bolsonaro conclamando seus seguidores para mostrarem apoio total ao presidente, no próximo dia 26, pela ruas do país. O presidente, que vai de mal a pior, nestes cinco meses de governo, só fez besteiras. Por exemplo: chamou os professores e estudantes de idiotas úteis, endossou um texto dizendo que o Brasil é "ingovernável" sem  "os conchavos", disse que a classe política atrapalha o país,  que ele foi enviado por Deus para salvar o país, condecorou outra vez seus filhos e empurrou seus seguidores nas redes para um protesto anti-Congresso, armou a população de portes de armas, etc. A passeata de domingo, 26,  de apoio ao presidente e o que ele  fez até agora, poderá gerar uma infinidade de críticas a seu governo. Não esqueça presidente Bolsonaro que: João Goulart, Collor de Mello, Dilma Rousseff, foram derrubados pelo Congresso Nacional.

ENTRELINHAS

***13 Governadores  de Estado e mais o Distrito Federal  emitiram uma carta aberta contra decreto de armas de Bolsonaro. Para o grupo, o aumento de armas na população, conseqüentemente aumentará os crimes no país. ***Petrobrás continua com a sua descapitalização, vendendo tudo. Desta vez é a BR Distribuidora. A venda vai render comissões milionárias aos protagonistas. ***Policiais Civis  se dizem traído por Bolsonaro no processo de reforma da Previdência. Eles pedem o direito do policial se aposentar com dignidade. Na reforma de Bolsonaro, o governo desconsidera as particularidades e peculiaridades da atividade de risco da classe. Estão com um pato, simbolizando o impeachment, primeiro da Dilma e agora de Bolsonaro. ***"O futuro que nos mostram  os  sonhos  não é o que vai ocorrer, mas aquele que gostaríamos que ocorresse. A mente popular comporta-se nesse ponto como normalmente faz: aquilo que ela deseja, ela acredita."  (Freud (1856-1939),  sobre Os Sonhos).