O que é ser professora?
Por Joyce Allane Apolinário Ferreira
No Brasil, no próximo dia 15 comemora-se o Dia do(a) Professor(a). Devido a pandemia do novo Coronavírus, não teremos comemorações nos estabelecimentos de ensino esse ano. Mas isso, de maneira nenhuma, me impede de enaltecer e homenagear esses tão honrados profissionais.
Inicialmente, trago-lhes um questionamento com relação à educação. Quem de fato se importa com uma educação de qualidade para nossas crianças e jovens de todo país?
Acredito que muitos sujeitos poderiam ser incluídos na resposta da questão que acabei de fazer. Mas nesse momento uma classe em especial e essencial me vem à mente: o(a) professor(a). Como diria Paulo Freire, “ninguém nega o valor da educação e um bom professor é imprescindível”. Sobre a educação ninguém nega o seu valor, mas poucos valorizam quem é imprescindível a ela.
Dessa forma, pensei em escrever os motivos pelos quais o(a) professor(a) se importa com a qualidade da educação. No entanto, achei mais prudente dizer brevemente o que significa ser professora e assim evidenciar a importância não só da educação, mas dos sujeitos que fazem parte dela.
Para mim, ser professora é um exercício constante de esperança. E por essa razão, ser professora é sonhar e ajudar a construir sonhos. É ser luz que ilumina aqueles que buscam o conhecimento. É ser criativa e cativante. É ser gigante mesmo num país que insiste em nos fazer pequenos. É entender que as mudanças são lentas. É regar as sementes, mas ser paciente na colheita dos frutos, pois o resultado não é imediato. É ter vontade de transformar uma realidade. É saber que é possível fazer uma enorme diferença em sala de aula. É ser exemplo. É ter muita esperança e ser a esperança de alguém.
É ser forte porque a tarefa não é fácil. É lidar diariamente com conflitos. É sair exausta de uma sala de aula e ter forças para voltar no outro dia para recomeçar. É sentir uma ansiedade, mesmo com os anos de experiência, a cada nova turma. É saber que não existe uma receita única para o sucesso de uma aula. É perceber que uma aula excelente dada numa turma pode ser um desastre em outra, por isso é preciso reinventar, se dedicar, replanejar...
É aprender e ensinar. É ser feliz não por ensinar, mas porque o(a) aluno(a) aprende. É compreender o que nos ensinou Comenius (pai da didática): todos são capazes de aprender, cada um no seu tempo e com os métodos adequados. É compadecer-se da dor do outro. É poder não envelhecer a alma, pois sempre se está no convívio de gerações e por isso atenta ao que fala a juventude.
É além de ensinar conteúdos, transformar vidas. É elevar pessoas. É mostrar que o mundo é grande, mas que se torna pequeno na medida que a gente cresce em sabedoria. É ser um legado, porque “de alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra” (Rubem Alves).
Agradeço a todas as histórias vivenciadas pelo convívio com meus alunos(as). Elas não só me fizeram mais experiente, mas me convidaram a ser um ser humano melhor.
Feliz dia do(a) Professor(a) a todos(as)!