O que o clima pode interferir na sua vida?

Estamos vivendo mudanças em nosso planeta, e não adianta um ou outro falar que não, pois está muito visível em tudo o que aconteceu no Rio Grande do Sul nesse mês. O que aconteceu no ano passado no estado de São Paulo. Um pouco mais distante o que aconteceu em Nova Esperança, nossa cidade em 2015 e no Paraná em 2016. Estão com memória curta, ou se lembram do fato?

Nove anos que separa a tragédia em nossa cidade, onde mais de 70% da população afetada de alguma forma. Foram telhados quebrados, placas de aquecedores solares, carros com lataria amassada pelas pedras de granizo que caíram em 7 de setembro de 2015. Já em 2016, no Paraná, foi a chuva que não parava que atrapalhou a vida de muitos. Pontes caídas, cidades isoladas, problemas em nossos campos, tratamento de água paralisado.

Agora vem o caos que acometeu com 95% dos municípios do Rio Grande do Sul. Pontes, estradas e campo completamente comprometidos. Algumas cidades totalmente destruídas pelas forças das águas. A recuperação poderá demorar 4 anos.

Então fazemos a pergunta. O que está acontecendo com nosso clima?

Muitos falarão que isso é normal e que de tempos em tempos ocorrerá. Sim, pode ser que ocorrerá fenômenos de tempos em tempos, mas não com essa força, com essa gravidade que ocorreu.

Nesse momento estamos nos aproximando a uma eleição municipal, que de já falo para todos que não sou candidato e não estou diretamente apoiando ninguém. Mas, tenho que falar a todos e peço que perguntem para os políticos que estão se apresentando. Qual é a pauta climática que irão propor em seu plano de ação?

Ainda vão me perguntar. Mas, o que um vereador ou um prefeito pode fazer, ou interferir no clima?

A mudança ou a prevenção não é só deles, mas de toda uma população. Mas tem situações onde o dinheiro público é gasto e muitas vezes poderia ser economizado.

Tenho em casa caixa de água, onde faço coleta de água da chuva, para lavar meu carro e as calçadas de casa. Também utilizo para molhar as plantas. Isso gera uma economia de 5 metro cúbicos todos os meses em minha residência. Vocês já imaginaram isso ocorrendo nas escolas públicas? Sei que para meu orçamento é muito bom, mas quero falar um pouco mais adiante. No meu caso são 5 metros cúbicos a menos que a companhia de água precisa tratar. Essa quantidade de água não é recolhida dos rios e dos lençóis freáticos (poços artesianos). Isso é um bem para a natureza. Imagina isso acontecendo na prefeitura. Quero falar que propus isso pessoalmente para diversos vereadores nas últimas campanhas. Mas, nenhum deles fez um projeto de lei nesse sentido.

Temos várias estradas rurais, sendo que algumas delas possui tubulação e pontes para passagem de rios. Será que estão sendo avaliadas as estruturas para evitar que em uma chuva muito forte as estradas não sejam destruídas?

Isso é prevenção. Isso é pauta climática. Isso qualquer governo pode fazer.

E agora, vocês continuam a me perguntar o que tem a ver a pauta climática com nossa cidade ou região?

Entenderam que precisamos perguntar aos candidatos, o que farão com relação a esse assunto?

Pensando na região, pergunto para quem já foi perto de um dos grandes rios que banham nosso estado? Qual é a quantidade de mata ciliar que possuem? Muitas vezes, nossos órgãos de vigilância verificam as pequenas propriedades de nossa cidade, exigindo a mata ciliar, mas quando falamos de rios como o Paranapanema, Paraná, Ivaí, Piquiri, mesmo o nosso Pirapó, verificamos que não possuem grande mata ciliar.

Quando estou em viagem, passo por diversas estradas vicinais que é plantado tão perto do asfalto que quase dá para abrir o vidro do carro e tocar nas plantas. É claro que exagerei um pouco, mas olhando para a plantação, poucas árvores são avistadas.

Desejo a todos uma boa reflexão sobre esse assunto. Lembrando que o que aconteceu no Rio Grande do Sul, que para muitos está longe, um dia poderá acontecer aqui. Seja com muita água o com pouca, levando a uma desertificação. Vamos aproveitar esse momento e realizar esses questionamentos.