A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.

  • Compartilhar:

Diante tantas telas e espelhos, somos impostos a ser como as pessoas que vemos no Instagram e Facebook, o que nos torna dependentes de um padrão inexistente, pois cada um é o que é, não importa se as pessoas que estão ao seu redor gostam ou não. 

Mas infelizmente não nos sentimos suficientemente bem para dizer "eu sou assim, eu nasci assim…", queremos ser o outro, como o outro, ter as mesmas coisas que o outro, e acabamos que não somos nós mesmo, vivemos engaiolados tentando fazer e ser algo que só nos decepciona e machuca. 

A padronização, principalmente, das mulheres transforma a vida em um tribunal, onde qualquer "erro" é configurado como crime, ou seja, se seu corpo tem estrias ou celulite, você é julgada, se tem cabelos brancos antes do 60, você é julgada, se tem um namorado mais novo do que você, é julgada, se usa roupa curta é julgada, tudo se torna motivo para julgamento e críticas, cada um vira juiz da sua verdade e quem discorda ou não faz o que você espera, está errado. É simplesmente, tomar o lugar de Deus e determinar o certo e o errado, é uma realidade um tanto quanto machista e discriminatória onde a mulher tem que estar bonita o tempo todo, não pode ter um corpo acima do peso, porque é vista como sem sensualidade, ela simplesmente tem que suprir a necessidade de uma sociedade que não vai gostar dela como ela é.

Mas, a pressão estética está entre os homens também, pois eles vivem em uma competição infinita, onde eles têm que ter o corpo mais musculoso, o cabelo mais arrumado, a namorada mais bonita ou um histórico de mulheres bonitas como “ficantes”.

A padronização afeta a qualquer um, não importa se a pessoa já corresponde ao modelo estabelecido, sempre tem algo a melhorar, nunca é o suficiente, é triste ver que, principalmente as mulheres, se rendem a procedimentos estéticos perigosos, dietas malucas e remédios milagrosos para chegar a um lugar inexistente, vemos hoje em dia, que muitas mulheres morrem fazendo essas coisas, tentando ser “aquela garota\mulher” suprir uma necessidade que não é dela, é da sociedade, por isso a importância do autocuidado, autoestima (tão incomum nos dias atuais), autossuficiência, têm que se amar como você é, a opinião alheia é somente a opinião alheia.

As telas nos trazem muitas coisas boas, mas é preciso filtrar o que nos é favorável e o que nos desmotiva, ter essa consciência de que o bom pra mim é o que me faz feliz, porém ver a felicidade alheia as vezes incomoda, é natural, ninguém tem dias bons todo dia, o que é mostrado na rede social é uma parcela do tempo daquela pessoa, não quer dizer que ela é daquele jeito 24 horas por dia, vai além de um “story” de quinze segundos, vai além de uma foto feita na posição correta, com a roupa certa e com a edição perfeita, a pessoa do outro lado da tela é humana, ela também muitas vezes não atende a expectativa de uma sociedade, ela também erra. Então é importante compreender essas coisas, onde o espelho também é um humano, que tem dias bons e ruins, erra e acerta, as fotos publicadas sorridentes são somente um pedaço da vida daquela pessoa, não é o todo.

Ter o autocuidado de não se sabotar querendo ser o outro é um grande desafio da sociedade atual, devemos reparar em nossas ações e vontades e filtrá-las para ver se é necessidade ou expectativa alheia.

 

Fabi Torres


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.