Especialista ressalta papel da educação cidadã no fortalecimento da solidariedade
Em palestra proferida nesta sexta-feira (5), no VIII Encontro Nacional das Escolas Judiciárias Eleitorais (Eneje), a professora e doutora Acácia Kuenzer, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ressaltou o papel fundamental da educação para a cidadania no resgate de laços de solidariedade e no entendimento de que “sozinhos não mudaremos a realidade”. Aberto na noite de quinta-feira (4) pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, o evento, que ocorre na sede do TSE, em Brasília, será encerrado na tarde desta sexta-feira (5).
Ao falar sobre o tema “Utilização de metodologias ativas em ações de educação para a cidadania”, Acácia Kuenzer afirmou que é preciso ter um projeto de utopia comum e que, dentro de um projeto de cidadania, essa utopia se traduz na construção de relações efetivamente democráticas não só na política, mas nas possibilidades de trabalho e de amplo acesso à cultura pela população. “Se a gente continuar pensando que cidadania diz respeito apenas ao direito de eleger e de ser eleito, e não pensarmos no conceito real de cidadania, vamos fazer pouco”, disse a professora.
Acácia enumerou as etapas de planejamento que orientadores e professores podem seguir para estimular a participação ativa (o protagonismo) de alunos e tornar mais interessantes os debates sobre questões ligadas à cidadania, entre outros assuntos. Pelo roteiro traçado, esse objetivo pode ser alcançado a partir de fatores como conhecimento da realidade que se quer debater, exposição dialogada, metodologias de incentivo à participação dos estudantes e a revelação dos resultados e controvérsias apuradas durante todo o processo de discussão. A especialista citou o problema das fake news como um tema que pode ser examinado por professores e alunos seguindo esse roteiro prévio.
Segundo a educadora, os programas voltados à educação para a cidadania são, ainda, muito focados em aulas expositivas, enquanto que, para conhecermos algo, precisamos atuar intelectualmente para desvendá-lo, sendo essa a grande justificativa para a introdução de metodologias ativas no campo educacional. “Eu não conheço quando o professor fala, eu sou mero espectador. Eu só conheço quando eu entro em contato com o conhecimento elaborado por outros e construo os meus próprios significados”, disse Kuenzer.
Entre as metodologias ativas sugeridas por ela, que podem ser usadas para incentivar o aluno a identificar o problema e ser o protagonista nas reflexões sobre cidadania, estão a chamada “tempestade de ideias” (brainstorm) e diversos tipos de práticas em grupo.
Fonte: www.tse.jus.br