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Cuidado na hora de elogiar


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 09/06/2020
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Muitas vezes olhamos para o que nossos filhos fazem e os enchemos de elogios, às vezes verdadeiros, outras apenas pelo costume de sempre valorizar o que foi feito com intenção de motivar nossos filhos, pois buscamos o fortalecimento de sua autoestima, para que se sintam importantes e valorizados, mas será que os elogios são sempre benéficos ou em algumas situações podem mais prejudicar que ajudar?

Ao elogiar devemos prestar atenção, pois mesmo a intenção sendo boa, a longo prazo pode trazer algumas consequências, uma vez que seu filho percebe que ao fazer determinadas coisas lhe agrada e te deixa feliz, pode viver em função de agradar com intenção de se sentir mais amada e importante, surgindo assim uma dependência de aprovações externas. Observe nos exemplos a seguir qual você tem usado mais: 

-Elogios voltados para nós mesmo como: “Eu estou muito orgulhosa de você” ou “Eu fico muito feliz quando faz isso”, percebe que nessas frases usamos o “Eu” passando a ideia de que estamos avaliando, dando o nosso valor no ato, como se fosse necessário fazer para nos agradar.

-Elogios vazios, como: “Bom trabalho” ou “Bom garoto”, nesse caso muitas vezes nem percebemos o que de fato foi feito ou levamos como algo que já era uma obrigação. 

-Elogios que se tornam rótulos tipo: “Olha como você é inteligente” ou sempre hipervalorizamos os pequenos atos deles, não mostramos a eles como devem se esforçar ou colocamos um peso de que é necessário sempre acertar e ser o melhor, muitas vezes ele vai ter medo de tentar coisas novas por medo de errar, ficando no comodismo daquilo que sabe que sempre vai bem. 

Com isso, estão propensos a desenvolver uma certa vulnerabilidade a críticas, não sabendo como lidar com as frustrações, sendo também uma pessoa submissa às vontades alheias na intenção de agradar, com intuito de se sentir amada e aceita.

Aí vocês podem me perguntar, então não devemos elogiar?

Bom, e se no lugar desses elogios usarmos o encorajamento, focando no processo e fazendo com que a própria criança se avalie e observe o que foi feito. Então no lugar dos elogios podemos usar:

-“Veja o que conseguiu fazer, me conte como foi, como você se sentiu ao ter terminado? ”

-“Você se esforçou muito para fazer isso, está orgulhoso? ”

-“Como foi conseguir depois de tentar várias vezes? Como você se sentiu?”

-“Me conta o que você fez e como fez?”

Desta forma mostramos interesse no que foi feito e ao mesmo tempo damos a oportunidade da criança se auto avaliar sem precisar da aprovação dos outros, sabendo suas competências e que ao se esforçar pode conseguir, não caindo assim no comodismo e se aventurando em coisas novas. A Disciplina Positiva parte da premissa que uma criança elogiada fica dependente de reforço positivo externo, enquanto uma criança que é encorajada se nutre internamente de coragem sem precisar tanto de aprovação externa para se fortalecer.

 

Luiza Graziela Santos Dias


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