Coluna Vida cotidiana: Uma relação com as redes sociais
Qual sua relação e de seus familiares com as redes sociais?
Cada vez mais nos deparamos com esse instrumento que muitos demonizam, mas que quando pensamos mais atentamente e sabemos fazer uso, nos é muito precioso.
Em muitas limpezas que realizei em minha casa após o falecimento de minha esposa, encontrei um porta revista onde estavam diversas revistas antigas. Em especial, peguei uma que havia uma reportagem sobre esse tema. Interessante que essa revista foi publicada em 2014, tendo 10 anos dessa reportagem que é tão atual.
Uma pesquisadora norte americana, Danah Boyd, do Berkman Center da Universidade de Harvard, estudou a relação dos jovens com as mídias sociais. O que instigou essa pesquisadora nesse assunto, foi quando um jovem enviou uma mensagem para ela: “Por favor, diga a minha mãe que está tudo bem com o que eu faço na internet. Como você é adulta, ela vai acreditar”.
Após ler esse artigo, comecei a me indagar: Como está essa relação, 10 anos após essa pesquisa? Podemos inferir sobre esse assunto, que é de nossa vida cotidiana, também para os jovens brasileiros?
Passado esses 10 anos, nossa internet, as redes sociais, os equipamentos como computadores, tablets e celulares, evoluíram muito, tanto na forma de armazenamento, como na velocidade das informações. Com isso também a utilização dos jovens, cada vez mais jovens também aumentou.
Em recente pesquisa realizada pelo portal Electronics Hub, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de maior tempo utilização de telas. Em primeiro lugar está a África do Sul, com uma média de 9 h e 24 min, enquanto o Brasil possui em média 9 h e 13 min.
Mas o que isso tem a ver com a vida cotidiana da população?
Quanto mais os jovens e adultos jovens estão a frente de uma tela, principalmente para participar de redes sociais, mais esses ficam fora dos estudos e trabalho. Tendo cuidado para não generalizar, pois tem uma grande maioria da população que trabalha através dessas telas.
Estamos aqui, apenas para citar os conhecidos como “nem nem”, nem estudam e nem trabalham.
A preocupação da reportagem de 2014, também era de revelar os problemas da má utilização das redes sociais. Mas, muitos jovens entrevistados diziam que não se importavam com a exposição, que hoje ocorre de forma mais contundente. Os “Ciberviciados”, são aqueles que não conseguem deixar de lado as redes sociais e que na China foi até criado uma classificação como doença. IAD (sigla em inglês para distúrbio de atenção de internet). No Brasil, a doença é chamada de “transtornos por jogos eletrônicos”, que possui um CID (código internacional de doenças).
Em 2014, inicia uma discussão no Brasil entre pais e professores a respeito desse tema. Traçam esboços de caminho para superar a preocupação desses jovens no mundo digital.
Conforme pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e estatística), em 2022, 54% dos brasileiros de 10 a 13 anos tinham o aparelho celular para uso pessoal.
Não somos contra a utilização de celulares, desde que dentro de um padrão aceitável. Quem deve estabelecer esse padrão, são os pais.
Em poucos anos mudamos de uma sociedade que brincava nas ruas das cidades de pequeno e médio porte. Brincadeiras sadias, festas. Hoje, não vemos mais isso ocorrer, em parte por causa da violência, mas também por outro lado a utilização de celulares. Esses jovens, muitas vezes estão ao lado de seus amigos e enviam mensagens. Não conseguem conversar olhando nos olhos.
No decorrer dos anos vindouros, esse problema pode se agravar. Agora, estamos vivendo o início da era “inteligência artificial”, onde as AI, passarão a ser treinadas para facilitar a resoluções de situações que antes teríamos que pensar para solucionar.
Então, essas crianças e jovens de hoje poderão desenvolver pensamentos críticos em suas vidas cotidianas?
Fica aí essa reflexão.