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Quando nos sentimos sós ousamos dar voz a coisas e pessoas que não vão acrescentar em nada em nossa vida. A turbulência diária nos faz querer parar e desistir de tudo, se entregar a solidão e a monotonia. Mas por que fazemos isso? Damos gás a uma coisa que só nos prejudica? É porque a nossa mente nos auto sabota a acreditar que aquilo é real e palpável, onde teorias se tornam práticas, e é doloroso escrever isso, pois é duro saber que isso atormenta a muitos jovens que tem muita coisa pela frente.

Recentemente, em uma escola de Recife, em Pernambuco, um grupo de adolescentes teve uma crise de ansiedade conjunta, e isso chocou a equipe pedagógica e médica que estava no local, consequentemente, chocou o Brasil porque a notícia se tornou nacional, mas o que realmente chocou? Saber que os adolescentes são frágeis e podem estar vulneráveis às dificuldades da vida ou ver que as "frescuras" são reais e podem estar acontecendo com várias outras pessoas?

Eis aí uma questão e talvez um assunto em que devemos conversar e pensar, mas por que é tão difícil falar sobre saúde mental sem ser taxado como louco? E isso é tão clichê, afinal estamos no século XXI, e isso deveria nos tornar mais abertos a assuntos considerados tabus. Talvez a dificuldade esteja na forma como nós não identificamos o jovem que está passando por uma crise de ansiedade ou depressão, é uma coisa silenciosa pra quem está de fora, porém quem sofre com ela(s) ficam perturbado com o barulho que fazem, e quem sofre não se sente digno de compartilhar o que vem acontecendo com ele, mas quem compartilha, na maioria das vezes, é taxado como "frescurento", "louco"... Já dizia Chorão "só os loucos sabem" e realmente é isso, só quem passa por momentos como esses que sabe como é, o que é, porque vendo de fora é completamente diferente de quando você sente na pele.

O tratamento varia de acordo com a pessoa, às vezes poucas sessões com a psicóloga/terapeuta resolve ou talvez seja necessário um remédio para ajudar nas crises, isso vai conforme os sintomas e pessoa, mas o apoio familiar e dos amigos contribui muito para a eficácia do tratamento, eu diria que há grandes chances de "cura" quando o apoio familiar e dos amigos é consolidado, coloco cura entre aspas pois isso você aprende a controlar e neutralizar quando acontece, o processo de auto cura começa em você, e isso também contribui para a eficácia do tratamento, a auto aceitação é fundamental para melhora física, psíquica e espiritual, entender o seu estado, saber que ter um acompanhamento psicológico é importante para querer mudar e sarar.

Estudar sobre o assunto, para entender os sintomas de uma crise é fundamental para que quando ocorrer saber como reagir, não deixar a pessoa mais triste do que ela ja ta, pois a sensação de sofrer uma crise ja é sufocadora e se estiver uma pessoa ajudando a crise a te esmagar é pior ainda. Não é simplesmente um "Levanta e anda" requer ajuda, e se precisa de ajuda, requer apoio, se precisa de apoio, requer uma aceitação da condição do jovem, é um trabalho mútuo, todos devem colaborar para o melhor restabelecimento do adolescente.

Ter coragem de dizer "eu estou mau, preciso de ajuda" é importante, saber que sozinho a coisa só piora, o monstrinho da crise de ansiedade cresce a cada vez que você nega ajuda ou se nega a aceitar o seu estado emocional. É um trabalho contínuo de autoconhecimento, ouvir outras pessoas que são como você faz bem, abre a mente e nos faz ver que não somos os únicos, afinal estamos todos no mesmo barco.

Há quem diga que isso virou moda, que agora todos têm isso, mas a verdade é que agora quem sofre "tem peito" pra pedir ajuda, porque a pessoa já tá cansada de lutar sozinha contra um inimigo, praticamente, invisível que agora ela se enxerga em outras pessoas que já tiveram e que hoje em dia estão falando abertamente sobre isso, sem nenhuma vergonha, pois não há nenhuma vergonha nisso, faz parte da vida sofrer, uns vão sofrer mais, outros menos, devemos apenas aprender a lidar com isso, porque foi como eu disse ali em cima, isso você controla/neutraliza, a cura é você se aceitar e entender que é natural.

O mal do século é não dar ouvidos às pessoas que estão pedindo socorro, mesmo que silenciosamente, o mal do século é ter mente pequena para assuntos gigantes.

 

Fabi Torres


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