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Crimes virtuais - Polícia alerta sobre o aumento de golpes aplicados por telefone e em redes sociais


Por: Alex Fernandes França
Data: 23/11/2018
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Golpes do falso romance, falso sequestro, falsa fiança e pedido de resgate para reaver veículo desaparecido e outros estão sendo aplicados contra diversas pessoas de Nova Esperança. Crescimento no número de vítimas preocupa a Polícia Civil.

Vêm crescendo assustadoramente o número de golpes aplicados contra cidadãos nova esperancenses e nos últimas semanas os registros de Boletins de Ocorrências revelam as mais diversas modalidades que vão desde o falso romance, em que as vítimas são seduzidas em redes sociais por propostas amorosas e acabam fornecendo informações pessoais e remessas de dinheiro ao golpista até a falsa fiança, onde, após tomarem conhecimentos das ocorrências policiais e prisão de autores de crimes, os estelionatários ligam para a família pedindo uma remessa em dinheiro para a soltura do familiar encarcerado. O que estes golpes tem em comum? A boa fé e inocência das vítimas que acabam publicando seus dados pessoais em redes sociais, facilitando a vida dos criminosos.  

Falso romance

Os golpes virtuais românticos modernos são crimes organizados e premeditados que roubam milhares de reais de pessoas solitárias e vulneráveis pelo mundo afora, através da internet.

Em 2017, a polícia russa prendeu dois homens que se passavam por garotas jovens e atraentes que roubavam o coração de homens em Moscou e faziam com que eles enviassem grandes quantias de dinheiro. Os cibercriminosos devem ter obtido por volta de 1 milhão de rublos (por volta de US$ 16,5 mil) com o golpe. Situação semelhante vem acontecendo com frequência  em Nova Esperança, onde a maioria das vítimas desta modalidade de golpe são mulheres que se deixaram levar pela ilusão de um amor perfeito e acabam sendo extorquidas em vultuosas quantias. A fragilidade emocional das vítimas é o terreno fértil para a ação dos criminosos.

Segundo o delegado Dr. Leandro Farnese Teixeira, “a cidade está sendo alvo de vários golpes de estelionatários que estão efetuados em todo o país. Recentemente teve uma senhora que foi vítima de alguns golpes, a princípio aplicados por meio de contatos de Facebook com uma abordagem sentimental. O mais recente e preocupante caso que vem acontecendo é de vítimas de furtos e roubos de veículos, que divulgam o desaparecimento de seus veículos na obtenção de terem a ajuda de alguém e passado algum tempo recebem uma ligação de um estelionatário informando o possível resgate do bem, dizendo que está com o veículo e que através de um depósito de cerca de três a quatro mil reais seria realizada a devolução, quando na verdade, essa informação o estelionatário obteve nas redes sociais, ou seja, a própria vítima forneceu os dados”, explicou Farnese.

 Falsa fiança

No início desta semana alguém tomou conhecimento da prisão de um casal e o estelionatário entrou em contato com a família solicitando o depósito de R$1 mil em uma conta diversa para possibilitar o alvará de soltura, ou seja, o pagamento de uma fiança. “O flagrante era de um crime que não cabia fiança e os familiares já tinham sido esclarecidos acerca disso, porém os estelionatários se passaram como possíveis servidores do Fórum ou do Ministério Público. Eles esclarecerem que se a família depositasse essa quantia, iria ocorrer o alvará de soltura. O depósito foi feito e depois se verificou tratar-se de mais um golpe”, informou o delegado.

Cerca de 10 vítimas compareceram à delegacia para registrar Boletins de Ocorrências, porém o número de pessoas lesadas pode ser ainda maior que preferem manter o anonimato por se sentirem envergonhadas por terem sido ludibriadas. “Os autores se utilizam de brechas que existem, como chips que são cadastrados de um a dois dias, usados por um pouco período de tempo e ainda com o CPF falso. Quando o golpe é aplicado os chips são destruídos. Contas do facebook também são utilizadas por pouco tempo para a realização dos golpes. Quanto maior a estrutura que eles se utilizam para o golpe, mais difícil fica para a Polícia elucidar os casos. Se for de outro estado ou país e a conta também for de outro lugar e usada por meio de documento falso, fica ainda mais difícil de investigar o estelionato. Mesmo assim conseguimos identificar a autoria de alguns casos”, frisou Dr. Leandro.

Falso resgate de veículo

Sobre veículos desaparecidos que em via de regra foram furtados, a Polícia informa que os estelionatários estão pedindo três mil reais para fazer a devolução do bem.  “Na verdade o veículo foi levado por outro grupo criminoso”. O estelionatário só se aproveita dos dados compartilhados para poder aplicar um golpe”, informou o delegado. A origem das informações quase sempre vem do compartilhamento das postagens em redes sociais, na  tentativa de auxiliar a vítima  recuperação do bem furtado. A rede social permite que seja feito uma pesquisa de histórico da vítima muito vasta. Se a pessoa tiver qualquer tipo de notoriedade na sociedade, é só jogar o nome do google que vai sair todo o histórico de sua  vida  profissional ou pessoal.  Munido destas informações o estelionatário aplica o golpe”, destacou Dr. Leandro.

Falso auxílio

A pessoa recebe um telefonema onde um suposto familiar conta que sofreu um acidente e está com o carro quebrado ou sofreu ferimentos, necessitando de um empréstimo urgente de dinheiro para conseguir voltar para casa. A própria vítima, na conversa telefônica, acaba oferecendo os meios para sofrer o golpe. Ao ligar uma primeira vez o estelionatário identifica como a pessoa reage a certas maneiras de conversar, viabilizando a próxima ligação e a facilidade em ludibriar a vítima. "Via de regra inventam que é um sobrinho e dão a garantia que o pai vai pagar depois", exemplifica Farnese.  Antes de acreditar na história, mantenha a calma e  entre em  contato com o familiar ou alguém próximo a essa pessoa”.

Falso sequestro

Esse golpe pode ser tratado como extorsão. O autor do golpe liga aleatoriamente para um telefone e diz que está com o filho/a e exige dinheiro para o resgate. Com ameaças de morte e aproveitando a situação de nervosismo, acabam convencendo a vítima de que realmente está com alguém de sua família.

Verifique  o código de área do telefone. Se não for do Paraná e começar pelo número oito, desconfie. O delegado comenta que essa prática é comum, especialmente, entre os detentos da região Norte e Nordeste do País. A orientação é telefonar para a pessoa que supostamente está sequestrada. Outro conselho é perguntar para o familiar alguma coisa que somente ele saberia e  que não tenha uma resposta genérica.

Orientação

“A orientação é sempre tentar a comunicação oficial com a delegacia. Se estiver em dúvida sobre uma possível intimação ou outros casos, ligue para a Polícia Civil  para confirmar. Se receber uma ligação da delegacia solicitando qualquer coisa, entre em contato de volta no nosso número (44) 3252.4233 pedindo uma confirmação da informação. Pessoalmente também fazemos o atendimento e é o mais indicado, pois sem ser pessoalmente é difícil ter certeza para quem estamos passando informações”, finalizou o delegado.


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