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Antropoceno e as queimadas no pantanal


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 17/06/2024
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Quando proponho este tema para nossa exposição de ideias, tenho certeza de que todos compreendem a dimensão alcançada pelos problemas ambientais: um caráter global, pois coloca-se no sentido coletivo, pois estamos enfrentando uma crise ecológica, mas com consequências sociais, econômicas, políticas, além obviamente de ecológicas, no sentido de preservação da vida em nosso castigado planeta. Com referência a tentativa de se refletir sobre esta questão, muito se afirma que estamos testemunhando em nossa atualidade a transição do período do Holoceno para o Antropoceno. Mas qual é esta noção de Antropoceno?

O Antropoceno refere-se a este período que experenciamos, onde as ações humanas estão de modo intenso e destrutivo, subjugando as grandes forças da natureza. Tal subjugação implica em problemas urgentes a serem enfrentados pela sociedade global em geral: a perda da biodiversidade, alterações climáticas; a diminuição de recursos naturais; intensos desmatamentos; desertificação e outros. São problemas que transcendem fronteiras territoriais de países, porém podemos e devemos observar, analisar, refletir e agir quando a ação do Antropoceno ou da interferência das ações humanas sobre o ambiente, trazendo consequências importantes e seus efeitos podem ser sentidos localmente, como no caso de nosso Pantanal, cada vez mais vitimado pelas queimadas provocadas pela ação humana.

Queimadas causando impactos destrutivos para a biodiversidade pantaneira, mas também impactando no sustento das comunidades locais. Deve-se refletir e analisar criticamente, como a ação nociva humana ou antropocêntrica, continua a deteriorar o estado do meio ambiente, aprofundando uma crise ecológica global e local, como experimentamos com as queimadas persistentes e intensas no Pantanal. Esta ação destrutiva e negativa contra o ambiente, traz mais e mais à tona uma perene questão existencial: “Como devemos viver”?  Tal questão, requer uma exploração mais profunda, crítica e diversificada quanto aos paradigmas e valores da nossa sociedade contemporânea antropocêntrica, incluindo as origens de tais valores e quais novos valores, nós podemos aceitar e buscar promover, para cessar por exemplo, as queimadas que destroem nosso Pantanal.

Penso que devemos questionar inclusive e principalmente, os modos dominantes de compreensão e conhecimento sobre o que denominamos de natureza ou meio ambiente, além de nossa relação com ele. Questionar a condição de ambiente enquanto compreendido e manipulado como mero objeto de exploração. Concepção mantida e intensificada pela nossa ação antropocêntrica. Assim talvez possamos nos reeducar e educar as novas gerações, para que compreendam a necessidade de se estabelecer uma relação mais equilibrada e positiva entre humanidade e meio ambiente. Neste sentido, talvez possamos ter a esperança de apagar definitivamente as queimadas no Pantanal e em outros ecossistemas globais.

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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